ENSINO DE ARTES E O IMPACTO DO EPISTEMICÍDIO
UMA ANÁLISE DO MATERIAL DE ENSINO ESTRUTURADO
Visualizações: 113DOI:
https://doi.org/10.56579/verum.v4i1.1102Palavras-chave:
Iniciação Científica, Lei 10.639/2003, Lei 11.645/2008, Epistemicídio, ArtesResumo
Esta pesquisa é oriunda do ciclo 2022-2023 do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica para o Ensino Médio, desenvolvida na Universidade Federal de Rondonópolis e na Escola Estadual Professora Amélia de Oliveira Silva. Consideramos importantes as legislações reparadoras que visam a obrigatoriedade do ensino de história e culturas indígenas, africanas e afro-brasileiras perpetradas pelas Lei no. 10.639/2003 e Lei no. 11.645/2008; no entanto, a materialização destas legislações depende da luta permanente para a sua inclusão nos currículos, nos materiais didáticos e nas práticas pedagógicas a fim de garantir uma educação democrática, inclusiva, antirracista, etc. Um dos obstáculos para a concretização das leis se deve ao epistemicídio que segue tentando escamotear, apagar e invalidar referenciais afro-indígenas dos espaços de produção de saberes. Nesse sentido, esta investigação apresenta uma abordagem qualitativa, do tipo teórico-bibliográfica, além da empiria realizada por meio da análise do material de ensino estruturado de Artes. O objetivo da pesquisa é o de analisar os impactos do epistemicídio nas representações sociais, presentes no material de ensino estruturado, dentro do componente curricular de artes. O material de ensino estruturado foi adotado pela Secretaria Estadual de Educação de Mato Grosso (SEDUC/MT), produzido pela Somos Educação/Sistema Maxi de Ensino e Fundação Getúlio Vargas.
Downloads
Referências
ALMEIDA, Silvio Luiz de. O que é o racismo estrutural?. Belo Horizonte-MG: Letramento, 2018.
AYMA, Juan Evo Morales. Prólogo. In: GONZAGA, Alvaro de Azevedo (Org.). Decolonialismo indígena. São Paulo: Matrioska, 2022.
BITTENCOURT, Circe. Livros Didáticos entre textos e imagens. In: BITTENCOURT, Circe. O saber histórico na sala de aula. 12. ed. 3a. Reimpressão. São Paulo: Contexto, 2017.
BRASIL. Lei n° 10.639, de 9 de janeiro de 2003. Altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática "História e Cultura Afro-Brasileira", e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 10 jan. 2003, p. 1.
BRASIL. Lei n° 11.645, de 10 de março de 2008. Altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, modificada pela Lei no 10.639, de 9 de janeiro de 2003, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena”. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 11 mar. 2008, p. 1.
CARNEIRO, Aparecida Sueli. A construção do outro como não-ser como fundamento do ser. 2005. Tese (Doutorado em Educação) — Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2005.
CIGOLINI, Adilar Antonio.; SILVA, Michelle Correia da. A temática indígena no ensino de geografia: problemas e caminhos. Revista Geografar, Curitiba-PR, v. 15. n. 1, jan-jun./2020.
COSTA, Joaze Bernardino. GROSFOGUEL, Ramón. Decolonialidade e perspectiva negra. Revista Sociedade e Estado, v. 31, n. 1, jan./ abr. 2016.
GOMES, Nilma Lino. Diversidade étnico-racial e Educação no contexto brasileiro: algumas reflexões. In: GOMES, Nilma Lino (org.). Um olhar além das fronteiras: educação e relações raciais. Belo Horizonte: Autêntica, p. 97-109, 201.
HOOKS, bell. Anseios: raça, gênero e políticas culturais. São Paulo: Elefante, 2019.
HOOKS, bell. Ensinando o pensamento crítico: sabedoria prática. São Paulo: Elefante, 2020.
HOOKS, bell. Escrever para além da raça: Teoria e prática. São Paulo: Elefante, 2022.
KILOMBA, Grada. Memórias da Plantação: episódios do racismo cotidiano. Rio de Janeiro: Cobogó, 2019.
MOREIRA, Adilson. Racismo recreativo. São Paulo: Sueli Carneiro / Pólen, 2019.
MUNANGA, Kabengele (Org.). Superando o racismo na escola. Brasília: MEC/SECADI, 2005.
MUNANGA, Kabengele. Arte afro-brasileira: o que é afinal? Lisboa: Oca, 2021.
OLIVEIRA, Alessandra Matias de. Prefácio. In: PAIVA, Alessandra Simões. A virada decolonial na arte brasileira. Bauru-SP: Mireveja, 2022.
OLIVEIRA, Rosenilton Silva de; NASCIMENTO, Leticia Abilio. “Pedagogia do evento”: o dia da consciência negra no contexto escolar. Campos - Revista de Antropologia, v. 22, n. 1, p. 135-158, jan./ jun. 2021.
PAIVA, Alessandra Simões. A virada decolonial na arte brasileira. Bauru-SP: Mireveja, 2022.
QUIJANO, Aníbal. Colonialidade do poder, Eurocentrismo e América Latina. In: A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais. Perspectivas latino-americanas. p. 117-142. 2005.
SISTEMA MAXI DE ENSINO. Ensino Médio. 2o ano. Caderno 2. Aluno. 1. ed. São Paulo: Maxiprint Editora, 2018.