A CONSCIENTIZAÇÃO E LIBERTAÇÃO COMO PRÁTICAS DE HUMANIZAÇÃO EM TEMPOS DE NEOCONSERVADORISMO
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https://doi.org/10.56579/rei.v5i4.706Palavras-chave:
Conscientização; Educação; Neoconservadorismo.Resumo
O presente estudo apresenta uma reflexão crítica sobre a herança dos retrocessos na educação brasileira ocorrida nos últimos anos e que ainda resiste sob a forma de um contexto neoconservador que se instaurou no país. Busca dialogar com a dimensão do trabalho educativo, mediante a relação dialética (contradição) entre opressores e oprimidos, tendo na práxis uma ação que vise a superação dessas contradições. O estudo utilizou-se de uma abordagem com natureza bibliográfica exploratória, tendo como embasamentos metodológicos Gil (2002) e Evangelista (2012), e por base teórica Freire, (1991;1996;2005), Frigotto (2016) e Mészáros (2008). A partir da constatação da herança de retrocessos na educação e diante de argumentos de negativas da importância das políticas públicas afirmativas, torna-se necessário atuar com os conceitos de libertação e conscientização na perspectiva da educação popular. A articulação teórico-prática percebida pela consolidação de movimentos sociais na luta por direitos sonegados, bem como o necessário posicionamento da escola por uma educação que vise a autonomia, são pontos que emergem do estudo. Contudo, a herança imaterial deixada pelo bolsonarismo, ainda se expressa na atualidade, o que demandará uma práxis junto a alunos, professores e comunidade escolar da atual geração no combate ao que estamos vivenciando hoje diante de práticas de manipulação que promovem a intolerância e o ódio.
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