COLONIALIDADE DO SER

A DESCONSTRUÇÃO DAS NARRATIVAS SOBRE OS POVOS INDÍGENAS NO DIRETÓRIO POMBALINO

Resumo

Desfazer saberes exige revisitar nas origens a epistême, ou conjunto epistêmico que se pretende subverter, desconstruir e ressignificar identificando o modo que estes foram instituídos e em qual, ou quais, pontos da História, foram impostos e sobre quais circunstâncias. Dentre estes saberes estão as colonialidades praticadas pelas potências europeias nas Américas, onde enfatizamos que o processo colonizador não restringiu as práticas econômicas e políticas, onde nitidamente os povos originários sofreram o que podemos chamar de colonialidade do ser. Os povos milenares aqui presentes desenvolveram culturalidade, religiosidade e sistemas políticos e sociais complexos e apesar de possuírem todas essas características que constituíam suas identidades e modos de vida, sofreram um processo de redução etnocêntrica, em que a ótica europeia em vários momentos promoveu o desrespeito e agressões. Este trabalho objetivou identificar elementos que carecem ser descontruídos presentes no discurso e herança desta mentalidade  analisando um dos dispositivos normativos implementados pela coroa portuguesa que foi o  “Diretório dos Índios” também conhecido como “Diretório Pombalino” que em linhas gerais previa a “civilização do gentio” o que já permite delinear como os povos originários eram situados pelo Estado português em seu “projeto” de inserção desta região na dinâmica social e econômica euro mercantil.