TRAJETÓRIA FORMATIVA DE MULHERES-ESTUDANTES INDÍGENAS NA UNIVERSIDADE BRASÍLIA
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https://doi.org/10.56579/rei.v6i1.656Palavras-chave:
Ações Afirmativas, estudantes indígenas, universidade de brasília, trajetória formativa, racismoResumo
Este artigo é resultado de uma pesquisa que analisou experiências interculturais no ensino superior, em chave decolonial e antirracista. No recorte aqui apresentado, analisamos narrativas de mulheres indígenas que colocam em perspectiva suas trajetórias formativas e as formas pelas quais elas se mobilizam e se organizam para enfrentar seus desafios. As entrevistas foram realizadas com dez estudantes indígenas da Universidade de Brasília no primeiro semestre de 2022 e examinadas à luz da literatura que trata das ações afirmativas como caminho para reparação das desigualdades sociais e raciais em educação. Os relatos indicam que o racismo constitui a principal dificuldade enfrentada pelas estudantes; informam, ainda, que o enfrentamento desse e de outros desafios passa pelo fortalecimento da Associação dos Acadêmicos Indígenas da Universidade de Brasília (AAIUnB), que tem um papel preponderante na mobilização coletiva das/os estudantes para assegurar acesso e permanência na universidade. No percurso da análise, buscamos sustentar que a presença das/os estudantes indígenas nas universidades constitui uma oportunidade para o diálogo intercultural no ensino superior e para enfrentamento do racismo e das relações de poder/ser/saber que ainda operam nas universidades.
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