ACERVOS DIGITAIS E HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO: O CASO DO ACERVO DO CEDOC-CEIHE

Resumo

Este trabalho insere-se em um projeto maior que se dedica ao estudo da História da Educação, da educação profissional e das relações de trabalho e educação no Litoral Norte do Rio Grande do Sul, entre os séculos XIX e XXI. Tal projeto objetiva localizar e identificar, em acervos virtuais institucionais, fontes de pesquisa sobre o Litoral Norte gaúcho, que versem sobre as referidas categorias.
Este estudo tem como objetivo apresentar a sistematização realizada com relação aos documentos localizados no Centro de Documentação do Centro de Estudos e Investigações em História da Educação (CEDOC -CEIHE), elencando os documentos do Litoral Norte disponíveis na base do CEIHE.
Como apresentam Arriada,Tambara e Barroso (2015), o referido arquivo é organizado por grupo de pesquisa vinculado à Faculdade de Educação da Universidade Federal de Pelotas/RS. Tem como objetivo, enquanto centro de documentação, enfatizar a história da educação da região, buscando preservar todo tipo de material e constituir acervos documentais, fontes impressas, manuscritas e iconográficas.
A importância desse projeto se dá devido às poucas produções referentes à história da educação profissional no geral, mas principalmente no que se refere ao Litoral Norte gaúcho, região cujas produções acerca das três categorias mencionadas são escassas.
Tendo em vista que este trabalho desenvolve-se a partir de acervos digitais, como o caso do CEDOC-CEIHE, é importante refletir sobre a concepção de fontes de pesquisa, notadamente das fontes virtuais ou digitais, como apresenta Munakata (2019), no qual consta que a história da educação que não queira servir somente de justificativa, precisa alargar o campo da investigação, incorporando nova documentação, novas evidências e novos indícios para além dos dados sempre acionados. Junto a isso, cabe adicionar que uma fonte não conta uma história, mas pode servir para o historiador como peça de histórias diferentes. No âmbito educacional, uma lista de materiais, diários de classe, anotações de aula, cadernos, fichas de alunos, livros didáticos, etc, podem servir como fontes, seja para analisar as metodologias de ensino abordadas pela instituição, as demandas da escola ou o contexto social dos alunos.
Fazendo uso dos conceitos descritos por Barros (2019), que aborda que fonte história é tudo aquilo que é produzido pelos seres humanos, trazendo vestígios ou interferências e no que se refere a fontes virtuais como um trânsito imediato entre o virtual e o impresso, analisaremos a forma como documentos contém mais informações históricas do que apenas o uso que lhes foi atribuído. No presente momento, a pesquisa se encontra em desenvolvimento e conta com resultados parciais mediante a sistematização das informações dos Relatórios Intendenciais de Conceição do Arroio. Os mesmos eram publicados pelos intendentes, nos meses de Setembro, Novembro e Dezembro, impressas nas gráficas Officinas typograficas de Echenique irmãos & Cia (1904), Typographia a vapor de Echenique irmãos & Cia (1906 a 1908), Typographia da Livraria Universal de Carlos Echenique (1911), Cunha, Rentzsch & Cia (1913), Officinas Graphicas da Casa da Correção (1914) e Officinas graphicas d'A Federação (1920 a 1926) e em geral tinham de 15 a 30 páginas.