Corpos monstruosos, grotescos e queer em séries americanas
ensaio sobre teoria queer e audiovisualidade
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Teoria Queer, Queergeneridade, Audiovisualidade, Gay, Lésbica, LGBTQIAPN+, Liberdade, Séries de Televisão, RepresentatividadeResumen
A representação de gêneros, sexualidades e corpos não normativos tem sido uma constante em produções audiovisuais, especialmente em séries de televisão. No entanto, muitas vezes o espectador não estabelece uma conexão explícita entre essas representações e as discussões epistêmicas sobre identidade e diversidade, limitando a percepção dessas imagens a grupos dissidentes que se veem retratados sob uma ótica considerada, em alguns casos, como cômica ou “estranha”. Nesse contexto, as teorias Queer desempenham um papel fundamental, pois proporcionam um embasamento teórico necessário para entender as dinâmicas de representatividade em temas de grande relevância social. O objetivo deste ensaio é refletir sobre a importância das produções Queer na audiovisualidade estadunidense, explorando como essas produções contribuem para a visibilidade e representatividade de identidades marginalizadas. Para alcançar esse objetivo, foi desenvolvido um ensaio teórico e reflexivo, fundamentado nas ideias de Theodor Adorno (1985), a partir de uma análise narrativa da literatura existente. Foram utilizadas de obras de autores(as) como Steven Seidman (1996), David Halperin (2003), Itziar Ziga (2009), Richard Miskolci (2013), Judith Butler (2019), Jack Halberstam (2020), Nilton Milanez (2022), entre outros(as). A partir dessa revisão, foram identificadas representações Queer em diversas séries, como I May Destroy You, Euphoria, Sex Education, Bob Esponja, Meninas Superpoderosas, entre outras. Embora cada uma dessas produções apresente suas especificidades, todas compartilham a presença de personagens Queer, os quais, frequentemente, estão inseridos no contexto da Indústria Cultural. Essas produções funcionam como espaços de contestação e ruptura com as normas que instituem e legitimam determinadas identidades, enquanto marginalizam outras. Tal dinâmica permite uma reflexão crítica sobre os processos sociais que contribuem para a marginalização e discriminação de indivíduos não reconhecidos no campo social e midiático, fenômeno este que, por sua vez, é transposto para o universo da audiovisualidade.