Avessos inauditos
os outres que me habitam
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fotogradia, avessos, queerResumo
A vida é processo, às vezes em grandes proporções, outras em seus pequenos detalhes. Nenhum deles tem importância maior, apenas acontecem de maneiras diferentes, exigindo de nós sensibilidades para seus movimentos. Construir esse ensaio, desde o primeiro contato com o fotógrafo e psicólogo Leandro Rodrigues Dias, foi de certo modo, criar essa sensibilidade para os detalhes, para aquilo que poderia surgir, para os avessos. Com certeza foi um processo, onde a ideia do que se buscava, já existia em mente, faltava materializa-la dentro do trabalho que o fotógrafo já realizava com maestria. Nosso primeiro encontro, para explicar melhor minha ideia e construirmos juntos o caminho, foi horas a fim. Um bate papo intenso e interessante, que me levou a lugares que fazia tempos que eu não visitava. Lembro como se fosse agora, as palavras, os gestos, a delicadeza e a profundidade do olhar do Leandro que aos poucos me despia, conseguindo me olhar por outro prisma, por outros focos. O mesmo aconteceu em nosso encontro para a realização das fotos; um bom chá saboreado de uma conversa intensa, que aos poucos me desconstruía e construía novamente; como diriam os filósofos Gilles Deleuze e Félix Guattari (1992), uma desterritorialização e reterritorialização da própria existência.