POLÍTICAS PÚBLICAS NA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA
DESAFIOS DE UMA FORMAÇÃO DOCENTE NOS INSTITUTOS FEDERAIS
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https://doi.org/10.56579/rei.v6i2.1345Palabras clave:
Políticas Educacionais, Institutos Federais, Formação de Professores, Políticas de FormaçãoResumen
Esta pesquisa tem como objetivo compreender os atuais desafios das Políticas Públicas na Educação Profissional e Tecnológica na construção de um conhecimento crítico. Nesse contexto, como problemática, buscamos analisar em que medida fatores históricos impactam nos dias atuais a formação oferecida por essa modalidade, no que se refere à formação de professores diante dessa perspectiva profissional e tecnológica? Diante dos fatores históricos, primeiramente, a educação profissional está presente no Brasil desde a época colonial e possui marcos que dividiram a modalidade essencialmente para a classe trabalhadora, contribuindo para uma educação dualista que separa a qualidade de ensino entre os mais ricos e pobres. Nos anos 2000, os objetivos dessa modalidade passaram por mudanças. A atual Educação Profissional e Tecnológica (EPT) foi implementada em 2008 sob a Lei 11.892, que transformou os CEFET nos atuais Institutos Federais, com um ensino que abrange desde o ensino médio até o nível da Pós-Graduação. Apesar dos novos objetivos de qualificar e preparar para o mercado de trabalho com a consolidação de um ensino crítico, que torna o aluno autônomo e conhecedor de sua realidade social, ao observar a formação docente na EPT, é notável que muitos professores iniciam na docência sem a qualificação adequada, assumindo diferentes responsabilidades, elaborando planos de ensino em diferentes níveis educacionais e enfrentando extensa jornada de trabalho, entre outras funções. Assim, trata-se de uma pesquisa bibliográfica de artigos e livros que abordam a temática pesquisada, com abordagem qualitativa. Os resultados encontrados destacam que, apesar da formação inicial e continuada ser exigida pela lei aos professores ingressantes nos Institutos Federais e de possuírem o direito de participar de formação inicial, que pode ser uma segunda licenciatura ou uma Pós-graduação lato sensu, constata-se, contudo, que mesmo após 15 anos da criação dos Institutos Federais ainda se carece de políticas públicas educacionais que preparem para o ensino verticalizado, do ensino médio à Pós-graduação, o que contribui para um ensino tradicional e reprodutor benéfico para o capital e que dificulta uma formação crítica docente e, posteriormente, discente.
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