LINHAS DE FUGA

CLASSE SOCIAL COMO FATOR NA RESISTÊNCIA LÉSBICA

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Autores

DOI:

https://doi.org/10.56579/rei.v7i3.1900

Palavras-chave:

Memória, Resistência Política, Visibilidade, Classe

Resumo

Este artigo aborda a preservação da memória lésbica a partir da interseção entre classe social e resistência ao apagamento histórico. Através da análise de figuras históricas como Anne Lister e Lota de Macedo Soares, o texto demonstra como o privilégio de classe permitiu que algumas mulheres lésbicas mantivessem suas existências registradas, enquanto as lésbicas de classes mais baixas tiveram suas memórias sistematicamente apagadas. Um dos principais conceitos abordados para justificar tal apagamento é a ideia de heterossexualidade compulsória, que compreende a heterossexualidade como um instrumento de controle sobre a sexualidade feminina com diversas implicações na vida das mulheres, e que inclusive afetou a preservação da memória lésbica ao longo do tempo. 

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Biografia do Autor

Camila Pupulin, Universidade Federal do Rio Grande

Graduada em História pela Universidade Federal do Rio Grande (FURG), com experiência em pesquisa acadêmica voltadas para temas de lesbianidade e resistência feminina. Foi monitora nas disciplinas de História do Brasil III e História do Brasil Contemporâneo. Desde 2023, realiza estágio na Secretaria da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura, onde contribuiu para a organização de eventos como a 49 Feira do Livro da FURG. Também atuou no Programa de Gestão Ambiental Integrada do Porto de Rio Grande, auxiliando no desenvolvimento e sistematização de materiais de apoio técnico. Em sua última pesquisa, desenvolvida no Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) intitulado A colonização da lésbica: o efeito pedagógico da heterossexualidade compulsória, foi investigado a história da lesbianidade no Brasil, com enfoque na resistência e nas representações culturais.

Vanessa Cristina Pech dos Santos, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul

Possui graduação em Ciências Econômicas pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (2015). Atualmente sou graduanda do curso de Psicologia pela PUCRS e atuei como bolsista de Iniciação Científica (BIC PUCRS - 2023/2024) no grupo de pesquisa de Estado do Conhecimento sobre a Educação Popular Feminista.

Adriana de Senna Kivanski, Universidade Federal do Rio Grande

Possui graduação em História pela Universidade Federal do Rio Grande (1991), mestrado em História pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (1999) e doutorado em História pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (2006). Atualmente é professora associada da Universidade Federal do Rio Grande. Tem experiência na área de História, com ênfase em Ensino de História, História da América e História Oral.

Referências

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Publicado

2025-05-09

Como Citar

Pupulin, C., Santos, V. C. P. dos, & Kivanski, A. de S. (2025). LINHAS DE FUGA: CLASSE SOCIAL COMO FATOR NA RESISTÊNCIA LÉSBICA. Revista De Estudos Interdisciplinares , 7(3), 01–14. https://doi.org/10.56579/rei.v7i3.1900

Edição

Seção

DOSSIÊ: DIÁLOGOS MULTIDISCIPLINARES NAS CIÊNCIAS HUMANAS: CONSTRUINDO SENTIDOS EM UM MUNDO EM TRANSIÇÃO

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