O PROJETO BURAREIRO DE EDUCAÇÃO INTEGRAL

CONTRIBUIÇÕES TEÓRICAS DE UMA EXPERIÊNCIA PEDAGÓGICA NA AMAZÔNIA

Visualizações: 585

Autores

DOI:

https://doi.org/10.56579/rei.v6i1.1085

Palavras-chave:

Política educacional, Educação integral, Educação integral politécnica, Tempo integral, Politecnia como princípio pedagógico

Resumo

Este artigo tem por objetivo apresentar as possíveis contribuições conceituais decorrentes do Projeto Burareiro de Educação Integral, uma experiência pedagógica implantada no município de Ariquemes, estado de Rondônia, entre janeiro de 2005 e agosto de 2006. A partir disso, argumentar a favor da educação integral, em detrimento do tempo integral, como horizonte de uma política educacional, que venha ao encontro de quantos almejem políticas educacionais alternativas às concepções neoliberais hegemônicas vigentes. Tanto a experiência pedagógica, levada a feito por meio de um laboratório social, quanto a pesquisa teórica, que a antecedeu e a sucedeu, foi orientada por princípios epistemológicos da dialética materialista e pelo método histórico-crítico de produção acadêmica, cuja análise chegou às possíveis contribuições: introdução da dimensão política à concepção marxiana de educação, nova concepção de interdisciplinaridade e de integração curricular, criação dos conceitos politecnia como princípio pedagógico e educação integral politécnica. Essas contribuições, juntamente com a emergência do conceito sustentabilidade social, evidenciam que as políticas de tempo integral, a partir de 2010, são um retrocesso político e uma guinada ideológica para o lado do neoliberalismo.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Antônio Carlos Maciel, Universidade Federal de Rondônia

Professor Titular Aposentado da Universidade Federal de Rondônia e Professor Visitante da Universidade Federal do Pará – NEB/UFPA.

 

Cintia Adélia da Silva , Universidade Federal do Amazonas

Doutora em Educação pela Universidade Federal do Amazonas.

Claudinei Frutuoso , Universidade Federal do Oeste do Pará

Doutor em Educação pelo Programa de Pós-Graduação em Educação na Amazônia – Universidade Federal do Oeste do Pará.

Antônio Lemos Régis, Universidade Federal do Oeste do Pará

Doutorando em Educação pelo Programa de Pós-Graduação em Educação na Amazônia – Universidade Federal do Oeste do Pará.

Referências

ALMEIDA, M. L. de; SILVA, J. L. G da. Os programas de transferência de renda no Brasil e sua relação com a melhoria da qualidade de vida da população pobre e extremamente pobre: um estudo sobre o bolsa família. Revista Brasileira de Gestão e Desenvolvimento Regional. Taubaté, SP, v. 12, n. 3, p. 60-80, set./dez. 2016. Disponível em: https://www.rbgdr.net/revista/index.php/rbgdr/article/view/2513. Acesso em: 15 nov. 2022.

BOTELHO, V. Perspectiva para os paradigmas de transferência de renda em 2021. Fundação Getúlio Vargas. Instituto Brasileiro de Economia. 2020. Disponível em: https://portalibre.fgv.br/publicacoes/artigos/perspectiva-para-os-programas-de-transferencia-de-renda-em-2021. Acesso em: 15 nov. 2022.

BLOOM, B. S.; KRATHWOHL, D. R.; MASIA, B. B. Taxionomia de objetivos educacionais: domínio afetivo. Porto Alegre: Globo, 1974.

BLOOM, B. S. et al. Taxionomia de objetivos educacionais: cognitivo. Porto Alegre: Globo, 1977.

BRASIL. Portaria Normativa Interministerial n. 17, de 24 de abril de 2007. Dispõe sobre o Programa Mais Educação, Brasília: DF, 2007. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/mais_educacao.pdf. Acesso em: 3 fev. 2009.

BRASIL. Decreto nº 7.083, de 27 de janeiro de 2010. Dispõe sobre o programa Mais Educação, Brasília: DF, 2010. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/decreto/d7083.htm. Acesso em: 15 mar. 2013.

BRASIL. Portaria MEC nº 1.144, de 10 de outubro de 2016. Institui o Programa Novo Mais Educação, que visa melhorar a aprendizagem em língua portuguesa e matemática no ensino fundamental. Brasília, DF: Ministério da Educação, 2016a. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/docman/outubro-2016-pdf/49131-port-1144mais-educ-pdf/file. Acesso em: 7 set. 2017.

BRASIL. Portaria MEC nº 1.145, de 10 de outubro de 2016. Programa de Fomento à Implantação de Escolas em Tempo Integral. Institui o Programa de Fomento à Implantação de Escolas em Tempo Integral criada pela Medida Provisória nº 746, de 22 de setembro de 2016. Brasília: DF, 2016b. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/docman/outubro-2016-pdf/49121-port-1145-11out-pdf/file. Acesso em: 7 set. 2017.

BRASIL. Lei nº 13.415 de 16 de fevereiro de 2017. Institui a política de fomento à implementação de Escolas de Ensino Médio em Tempo Integral. Brasília: DF, 2017a. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2017/lei/l13415.htm. Acesso em: 7 set. 2017.

BRASIL. Lei nº 14.640 de 31 de julho de 2023. Institui o Programa Escola em Tempo Integral. Brasília: DF, 2023. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2023-2026/2023/Lei/L14640.htm. Acesso em: 5 ago. 2023.

CERQUEIRA, G. de S. Política educacional, politecnia e sustentabilidade social: o Projeto Burareiro de Educação Integral 20 anos depois. Projeto de Pesquisa (Mestrado Acadêmico em Educação) – Universidade Federal de Rondônia, Porto Velho, 2023.

CUNHA, D. F. da; ARAÚJO, C. C. S. N. D. de. Educação Integral em Pernambuco: impactos sociais na vida de jovens e adolescentes. Revista Educação Pública, Rio de Janeiro, v. 21, n. 3, 2021. Disponível em: https://educacaopublica.cecierj.edu.br/artigos/21/3/educacao-integral-em-pernambuco-impactos-sociais-na-vida-de-jovens-e-adolescentes. Acesso em: 18 nov. 2022.

DELORS, J. et al. Educação um tesouro a descobrir: relatório para a UNESCO da Comissão Internacional sobre Educação para o século XXI. Tradução José Carlos Eufrázio. São Paulo: Cortez; Brasília: UNESCO, 1997.

FAZENDA, I. C. A. Didática e interdisciplinaridade (org.). Campinas, São Paulo: Papirus, 1998.

FRIGOTTO, G.; CIAVATA, M.; RAMOS, M. N. O trabalho como princípio educativo no projeto de educação integral de trabalhadores – excertos. 2005. Disponível em: http://www.pb.iffarroupilha.edu.br/site/midias/arquivos/201179171745208frigotto_ciavatta_ramos_o_trabalho_como_principio_educativo.pdf. Acesso em: 11 mar. 2013.

AUTOR.

HOBSBAWM, E. Era dos extremos: o breve século XX 1914-1991. Tradução de Marcos Santarrita. 2. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.

JAPIASSU, H. Interdisciplinaridade e patologia do saber. Rio de Janeiro: Imago, 1976.

KUENZER, A. Z. O trabalho como princípio educativo. Cadernos de Pesquisa, São Paulo, n. 68, p. 21-28, fev. 1989.

KUENZER, A. Z. Da dualidade assumida à dualidade negada: o discurso da flexibilização justifica a inclusão excludente. Educação & Sociedade. Campinas, SP, v. 28, n. 100 (Especial), p. 1153-1178, out. 2007.

AUTOR, 2013.

AUTOR, 2016.

AUTOR, 2018.

AUTOR, 2022.

AUTOR, 2023.

AUTOR; BRAGA, R. M. 2007.

AUTOR ; BRAGA, R. M. 2008.

AUTOR; BRAGA, R. M.; RANUCCI, A. M. C. 2016.

AUTOR; JACOMELI, M. R. M.; BRASILEIRO, T. S. A. 2017.

AUTOR; MOURÃO, A. R. B.; AUTORA. 2020.

AUTOR1; AUTORA; AUTOR 3. 2019.

AUTOR; et al. (org.). 2016.

MANACORDA, M. A. Marx e a pedagogia moderna. 2. ed. Campinas, SP: Alínea, 2013.

MARX, K. Instructions pour les délégués du Conseil central provisoire à propos de diverses questions. In: MARX, K.; ENGELS, F. Critique de l'éducation et de l'enseignement: une anthologie de Marx-Engels sur l'éducation, l'enseignement et la formation professionnelle. Introduction, traduction et notes de Roger Dangeville. 1976. Disponível em: https://www.marxists.org/francais/marx/works/00/enseignement/critique_enseignement.pdf. Acesso em: 19 abr. 2017.

MARX, K. Crítica del programa de Gotha. Moscú, URSS: Editorial Progreso, 1979.

MARX, K. Contribuição à crítica da economia política. Tradução de Maria Helena Barreiro Alves. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1983.

MARX, K.; ENGELS, F. Manifesto do Partido Comunista. In: ALMEIDA, J.; CANCELLI, V. (org.). 150 anos de Manifesto Comunista. São Paulo: Xamã, 1998.

MENDONÇA, J. G. R.; RANUCCI, A. M. C.; RODRIGUES, S. A. A educação física e esporte no turno sociocultural-profissionalizante. In: AUTOR. et al. Gestão da educação integral politécnica: uma proposta para o Brasil -Vol. II. Porto Velho: EDUFRO, 2013. p. 61-72.

NETTO, J. P. Introdução ao estudo do método de Marx. São Paulo: Expressão Popular, 2011.

NÓVOA, A. Formação de professores e trabalho pedagógico. Lisboa, PT: Educa, 2002.

PERRENOUD, P. Construir as competências desde a escola. Tradução Bruno Charles Magne. Porto Alegre: ARTMED, 1999.

PAIVA, L. H.; BARTHOLO, L.; SOUZA, P. H. G. F. de; ORAIR, R. O. A reformulação das transferências de renda no Brasil: simulações e desafios. Brasília, DF: IPEA, 2021. Disponível em: https://repositorio.ipea.gov.br/bitstream/11058/10892/3/TD_A_Reformulacao_Publicacao_Preliminar.pdf. Acesso em: 15 nov. 2022.

PATRICIA, M. A. Avaliação da integração curricular na educação integral politécnica. In: AUTOR. et al. Gestão da educação integral politécnica: uma proposta para o Brasil -Vol. II. Porto Velho: EDUFRO, 2013. p. 93-110.

RANUCCI, A. M. C. As propostas de educação integral seus currículos e a perspectiva da integração curricular politécnica. In: AUTOR. (coord.). CIEPES 20 anos: do projeto Burareiro de Educação Integral a construção coletiva da educação integral politécnica. Teresina: Alumia, 2022. p. 56-80.

RANUCCI, A. M. C.; MENDONÇA, J. G. R.; RODRIGUES, S. A. A educação integral politécnica pensada a partir da integração curricular. In: AUTOR. et al. Gestão da educação integral politécnica: uma proposta para o Brasil -Vol. II. Porto Velho: EDUFRO, 2013. p. 43-60.

RESENDE, C. C. de.; ZOGHBI, A. C. P.; MENEZES, R. T. de; OLIVEIRA, L. F. B. de. O impacto da educação integral na participação das mães no mercado de trabalho e no trabalho infantil: uma avaliação de impacto do Programa Mais Educação por regressão descontínua. Revista Brasileira de Ciência Política, Brasília, n. 32. p. 323-362, maio/ago. 2020. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbcpol/a/VzYWtxMWjFZcqJbFMsb9T3v/. Acesso em: 15 de nov. 2022.

RODRIGUES, S. A.; RANUCCI, A. M. C.; MENDONÇA, J. G. R. Laboratório de teatro no turno sociocultural-profissionalizante da educação integral. In: AUTOR. et al. Gestão da educação integral politécnica: uma proposta para o Brasil -Vol. II. Porto Velho: EDUFRO, 2013. p. 73-92.

SAVIANI, D. Sobre a concepção de politecnia. Rio de Janeiro: EPSJV/FIOCRUZ, 1989. Disponível em: https://portaltrabalho.files.wordpress.com/2015/03/sobre-a-concepcao-de-politecnia.pdf. Acesso em: 24 jun. 2014.

SAVIANI, D. O choque teórico da politecnia. Trabalho, Educação e Saúde, v. 1, n. 1, p. 131-152, 2003a. Disponível em: https://www.scielo.br/j/tes/a/zLgxpxrzCX5GYtgFpr7VbhG/. Acesso em: 13 maio 2014.

SAVIANI, D. Pedagogia histórico-crítica: primeiras aproximações. 7. ed. São Paulo: Autores Associados, 2003b.

SAVIANI, D. Trabalho e educação: fundamentos ontológicos e históricos. Revista Brasileira de Educação, v. 12, n. 34, p. 152-165, jan./abr. 2007. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbedu/a/wBnPGNkvstzMTLYkmXdrkWP/?format=pdf&lang=pt. Acesso em: 24 jun. 2014.

SCHULTZ, T. W. O capital humano: investimento em educação e pesquisa. Tradução Marco Aurélio de Moura Matos. Rio de Janeiro: Zahar, 1973.

AUTORA, 2023.

SOARES, R. D. Gramsci, o estado e a escola. Ijuí, Rio Grande do Sul: UNIJUÍ, 2000.

ZABALA, A.; ARNAU, L. Como aprender e ensinar competências. Porto Alegre: ARTMED, 2010.

Downloads

Publicado

2024-06-18

Como Citar

Maciel, A. C., Silva , C. A. da, Frutuoso , C., & Régis, A. L. (2024). O PROJETO BURAREIRO DE EDUCAÇÃO INTEGRAL: CONTRIBUIÇÕES TEÓRICAS DE UMA EXPERIÊNCIA PEDAGÓGICA NA AMAZÔNIA. Revista De Estudos Interdisciplinares , 6(1), 01–22. https://doi.org/10.56579/rei.v6i1.1085

Edição

v. 6 n. 1 (2024): REVISTA DE ESTUDOS INTERDISCIPLINARES

Seção

DOSSIÊ: EDUCAÇÃO INTEGRAL E CURRÍCULO: PRÁTICAS EXITOSAS E PERSPECTIVAS ATUAIS

Licença

Copyright (c) 2024 Revista de Estudos Interdisciplinares

Creative Commons License
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.

A Revista Estudos Interdisciplinares adota a licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional (CC BY 4.0), que possibilita o compartilhamento e a adaptação do trabalho, incluindo fins comerciais, desde que seja feita a atribuição adequada e seja reconhecida a publicação original nesta revista.

 

Artigos Semelhantes

<< < 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 > >> 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.