POLITICAS AFIRMATIVAS NA UNIVERSIDADE
PROMOVEM INCLUSÃO DO ALUNO PERTENCENTE AO PROGRAMA DE PERMANÊNCIA ESTUDANTIL?
Visualizações: 49Palavras-chave:
Universidade; Permanência estudantil; Inclusão; Desenvolvimento.Resumo
O presente trabalho consiste em um relato de experiência de um aluno pertencente ao programa de permanência de uma universidade pública do estado de São Paulo, que passou por acompanhamento psicoterápico devido a queixa de sofrimento psíquico por baixo desempenho acadêmico, a fim de refletir sobre a correlação entre os auxílios estudantis e a inclusão dos alunos da permanência, se de fato os auxilios são suficientes para promoverem o desenvolvimento acadêmico do aluno. A análise do relato poderá contribuir para identificar os desafios que o aluno cotista possui para seu processo de inclusão na universidade; evitar a prorrogação da permanência do aluno na instituição e cumprir com as exigências acadêmicas dentro do prazo de formação; poupar os investimentos da universidade em prol de mais alunos cotistas; com a inclusão do aluno e promover seu desenvolvimento pessoal e profissional na universidade. Como instrumento na construção de dados utilizou-se da narrativa autobiográfica. Os dados foram analisados tomando-se por referência a psicologia analítica de Carl G. Jung e pressupostos da clínica social. Para análise das narrativas focou-se em três conceitos que permitem esclarecer como ocorre o processo de desenvolvimento do aluno cotista e de sua inclusão na universidade: auxílios estudantis e condições do ingresso do estudante na universidade; inclusão; e processo de desenvolvimento. A análise dos dados revelou o perfil de aluno com alta vulnerabilidade socioeconômica, dificuldades de aprendizagem decorrentes da baixa qualidade do ensino público, agravo do sofrimento psíquico diante da relação com as exigências acadêmicas universitárias, a impercepção sobre a interrelação entre os fatores econômicos, sociais, pessoais e pedagógicos com seu baixo desempenho acadêmico, alto nível de cobrança consigo mesmo e escassa vida social. Foi possível concluir que o acompanhamento psicoterápico ao promover apoio, conscientização crítica e acolhedora sobre as condições de vida dos estudantes, contribuiu com: a diminuição dos sintomas, maior confiança para enfrentar as dificuldades acadêmicas, a inclusão em diferentes atividades, com o processo de desenvolvimento do discente e, a conclusão de sua formação profissional. No entanto, não extingue a necessidade de programas de auxílio pedagógico para auxiliar nas dificuldades de ensino dos estudantes e de maiores investimentos na infraestrutura na instituição para oferecer atividades sociais (artísticas e culturais) em prol da equidade e do desenvolvimento das potencialidades e singularidades do aluno do aluno pertencente ao programa de permanência.