A FALÁCIA DA “IDEOLOGIA DE GÊNERO”

ARTIMANHAS NEOLIBERAIS E O PÂNICO MORAL PARA REGULAÇÃO DE CONDUTAS

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Autores

DOI:

https://doi.org/10.56579/rei.v5i4.720

Palavras-chave:

POLÍTICAS PÚBLICAS EDUCACIONAIS, IDEOLOGIA DE GÊNERO, PÂNICO MORAL

Resumo

Essa pesquisa objetiva analisar como as políticas públicas voltadas para a educação são impregnadas pela ideologia neoliberal, em atenção ao modo como essa ideologia engendra mecanismos de apagamento, controle e silenciamento contra a população LGBTQIAP+. A pesquisa, de cunho qualitativo, lança mão da revisão bibliográfica para desenvolver a análise que se dá a partir do golpe institucional contra a presidenta Dilma em 2016, considerando os desmontes levados a cabo pelo governo Temer (2016-2019) e o consequente avanço de políticas neoliberais de viés neoconservador e neofacista que seguem orquestrando ofensivas a essa parcela da população no intuito de retirar-lhe direitos humanos e em última instância, o direito à vida. A escola, enquanto microespaço de poder, é um celeiro de ideologias e se insere no espaço de disputa das políticas públicas voltadas para a educação. Não por acaso, ao tomar posse em 2019, o presidente Jair Bolsonaro afirmava que “libertaria” o país de opressões, incluindo, de acordo com suas palavras, a “ideologia de gênero”. Com esse discurso estava pavimentado o caminho para o pânico moral ganhar corpo sob a falácia da “ideologia de gênero”, narrativa imaginária, que já vinha sendo articulada desde o primeiro semestre de 2014 por segmentos religiosos ultraconservadores, de forma conveniente a seus interesses, que se empenharam arduamente no processo de banimento das temáticas gênero, sexualidade, diversidade de gênero nas escolas e dos planos de educação, tanto da esfera estadual quanto municipal. Conclui-se que o objetivo foi e continua sendo, portanto, despertar o pânico moral, instituindo o medo na população e ocultando os reais motivos dessas ofensivas: refutar os estudos de gênero e deslegitimar as políticas públicas voltadas para a população LGBTQIAP+ e o movimento feminista, negando-lhes visibilidade e direitos humanos. Nos respaldam nessa discussão os seguintes autores, cujos estudos abarcam políticas públicas educacionais, as questões de gênero e sexualidade no âmbito escolar e pânicos morais: SOUZA (2012), COHEN (2002), MISKOLCI (2018), FRIGOTTO (2017), ANTUNES, (1999) entre outros.

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Biografia do Autor

Elis Cristina Fiamengue, UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ

Possui graduação em Ciências Sociais pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (1990), mestrado em Sociologia pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (1997) e doutorado em Sociologia pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (2002). Atualmente é professor adjunto da Universidade Estadual de Santa Cruz. Professora no Programa de Pós-graduação Mestrado Profissional em Educação (PPGE/UESC). Desenvolve pesquisas na área de Educação com temáticas voltadas ao Currículo, Infâncias, Ruralidades, Reforma Agrária, Comunidades Quilombolas e Diversidade Cultural. Até 2021 atuou também no Programa de Pós-Graduação em História - Estudos do Atlântico e da Diáspora Africana (PPGH /UESC)

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Publicado

2023-08-31

Como Citar

Nascimento dos Santos, N. C., & Fiamengue, E. C. (2023). A FALÁCIA DA “IDEOLOGIA DE GÊNERO”: ARTIMANHAS NEOLIBERAIS E O PÂNICO MORAL PARA REGULAÇÃO DE CONDUTAS. Revista De Estudos Interdisciplinares , 5(4), 327–343. https://doi.org/10.56579/rei.v5i4.720

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