DOSSIÊ HISTÓRIA, MEMÓRIA E PATRIMÔNIO
Visualizações: 241Palabras clave:
NenhumResumen
Ao longo do tempo temos observado a ampliação do interesse dos estudos históricos relacionados aos objetos, espaços e conhecimentos como subsídios essenciais à constituição e ativação da memória. Bergson (1975), destacou que o tempo é continuidade, o tempo é duração! Desta forma, o passado perdura no presente. Assim, um fato ocorrido no presente faz com que lembremos outro similar ocorrido no passado, ao tentar reviver esse fato vamos a um lugar de memória (geral), reviramos esse espaço em busca da lembrança que queremos e trazemos o passado ao presente. Avançando, podemos dizer que o tempo para Bergson é o passado e o passado é a memória, logo, o tempo é a memória! Por seu turno, Halbwachs (2013), diz ser a memória um fenômeno social que se forma a partir de uma memória coletiva. É uma reconstituição imperfeita do passado. Já para Nora (1993), embora os lugares de memória não sejam mais “espontâneos”, a memória é vida. “A memória é o lugar do presente eterno; a história, uma representação do passado. A memória é coletiva, enquanto a história é universal”. Segundo ele, A memória enraíza-se no concreto, nos objetos e gestos. Desta maneira, como as referências patrimoniais surgem da materialização de um discurso sobre o passado, o patrimônio é a constituição de memória. Sendo assim, o conceito de patrimônio, como processo, é algo que está sendo construído ao longo dos anos, a partir da complexa transformação do modo comportamental da sociedade quanto a seus sentidos, gostos, preferências e valores. Cada vez mais, a conservação do patrimônio ganha dimensões mais generalistas apoiadas em legislações e regulamentações abrangentes. Nesse contexto, espera-se que os estudos devam contemplar a inequívoca relação entre história, memória e patrimônio. Uma vez que, embora patrimônio e memória não sejam sinônimos, pode-se dizer que um existe em função do outro. Como afirma Candau (2014), o patrimônio é a expressão política da memória e a memória é a formadora da identidade. Da mesma forma, são pertinentes as discussões que tratam de todo o conjunto formador do patrimônio cultural em toda sua amplitude.
Descargas
Citas
BERGSON, Henri. Correspondências, obras e outros escritos. São Paulo: Abril Cultural, 1974.
HALBWACHS, Maurice. A memória coletiva. Trad. Beatriz Sidou. 2ed. São Paulo: Centauro, 2013.
NORA, Pierre. Entre memória e história: a problemática dos lugares. Projeto História, São Paulo, n.10, dez. 1993, p.7-28.
CANDAU, Joel. Memória e Identidade. Trad. Maria Letícia Ferreira. São Paulo: Contexto, 2014.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
La Revista de Estudios Interdisciplinares adopta la Licencia Creative Commons Atribución 4.0 Internacional (CC BY 4.0), que permite compartir y adaptar el trabajo, incluso con fines comerciales, siempre que se otorgue la atribución adecuada y se reconozca la publicación original en esta revista.