SÍFILIS

A NARRATIVA IMAGÉTICA DE QUEM (CON)VIVE NO MUNICÍPIO DE BRAGANÇA-PA, COSTA AMAZÔNICA BRASILEIRA

Resumo

A pesquisa aborda a sífilis no contexto da região bragantina, nordeste do estado do Pará, Amazônia brasileira, uma infecção que desafia há séculos a humanidade, considerada mundialmente a segunda infecção sexualmente transmissível mais grave, após a suscitada pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV), podendo acometer todo o núcleo familiar, por ser transmitida de mãe para filho durante a gestação. É evitável, de fácil identificação e tem cura. Na Região Amazônica de Bragança, município do Estado do Pará, conta com ações de saúde pública para tentativa de controle desta infecção. Ao narrar a história oral de uma adolescente infectada com sífilis, que transmitiu a bactéria ao seu filho, durante o diálogo em ambiente hospitalar com a profissional de saúde (pesquisadora) no mês de maio de 2023, objetiva-se suscitar uma análise sobre os agenciamentos que atravessam o ser vulnerável morador deste território, diante de embates simbólicos entre a medicina curativa e tradicional em uma situação de fragilidade de saúde carreada de estereotipias e marginalização do ser acometido. Metodologicamente, o estudo ocorreu por meio de revisão bibliográfica e estudo de caso acompanhado no mês de maio de 2023 em um hospital público de Bragança-PA. Os principais resultados apontam para a importância da narrativa de uma mulher Amazônica duplamente fragilizada, pelo puerpério e pelo acometimento de seu bebê em período tão precoce de vida, permitindo que a discussão intercultural transite entre saberes de modo a suscitar reflexões sobre melhorias nos cuidados e na atenção dada por aqueles que vivenciam histórias únicas neste espaço Amazônico.