DESIGUALDADE SALARIAL DE GÊNERO E RAÇA NO MERCADO DE TRABALHO BAIANO
UMA ANÁLISE A PARTIR DO OLHAR DA ECONOMIA FEMINISTA
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Desigualdade Salarial, Mercado de Trabalho, Economia Feminista, Gênero, RaçaResumo
A presente pesquisa tem por objetivo a investigação das desigualdades nos rendimentos do mercado de trabalho formal dos grupos homens brancos, mulheres brancas, homens negros e mulheres negras na Bahia, conforme a perspectiva da Economia Feminista. A fim de verificar as assimetrias de rendimentos do trabalho entre esses grupos, essa investigação implica, especificamente, na análise dos pressupostos que fundamentam a compreensão sobre as desigualdades salariais na perspectiva economia feminista. A metodologia adotada é do tipo exploratória, de caráter bibliográfico e abordagem quantitativa e qualitativa, pois utiliza-se como estratégia empírica a regressão de uma equação Minceriana de determinação de salários a partir dos microdados extraídos da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD) para o ano de 2022, a fim de se verificar a hipótese da existência de uma diferença salarial positiva em favor dos homens e de indivíduos brancos, e que discriminação conjunta de raça e gênero produz prejuízos significativos aos grupos discriminados. Os resultados apontam para diferenciais salariais entre os grupos ligados às características natas como gênero e raça e, diante deste cenário, sugere-se que as teorizações da Economia Feminista se revelam atuais e fecundas para explicar e interpretar fenômenos que interseccionam as relações de poder.
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