TELEVISÃO E HISTÓRIA PÚBLICA
NOTÍCIAS SOBRE A DITADURA MILITAR NOS TELEJORNAIS DA EMISSORAS AFILIADAS DA REDE GLOBO EM MINAS GERAIS (2014-2018)
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Televisão; telejornalismo mineiro; ditadura militar; Rede GloboResumo
Essa comunicação tem por objetivo apresentar alguns resultados parciais da pesquisa de Iniciação Científica, financiada pela FAPEMIG, intitulada: “Telejornalismo e História Pública: a ditadura militar nos telejornais das emissoras mineiras afiliadas a Rede Globo (2014-2018)”. A pesquisa visa compreender as principais estratégias e técnicas utilizadas pelo telejornalismo das emissoras mineiras afiliadas a Rede Globo na produção e veiculação de material telejornalístico sobre a ditadura militar brasileira, entre os anos de 2014 e 2018. O recorte temporal justifica-se pelas efemérides de 50 anos do golpe civil-militar (2014) e 50 anos do AI-5 (2018). Essa pesquisa insere-se nos campos dos estudos sobre a televisão, no qual destacamos os trabalhos de Áureo Busetto (2010) e Dominique Wolton (1996), dialoga com o telejornalismo a partir dos trabalhos de Beatriz Becker (2009) e José Carlos Aronchi de Souza (2004), articula com o campo da História Pública, com destaque para o trabalho de Ricardo Santhiago (2016) e versa sobre a Ditadura Militar a partir das obras de Carlos Fico (2012) e Marcos Napolitano (2015). Em termos metodológicos, destacamos os trabalhos de Wellington Amarante (2022) e Cássia Palha (2017). Wellington Amarante (2022) contribui no sentido de auxiliar na construção de um quadro analítico que seja capaz de organizar as fontes audiovisuais. Para o autor, o quadro analítico constitui-se como uma ferramenta metodológica fundamental, pois permite a organização dos dados coletados, sua classificação e análise seja de forma individual ou em grupo. Já Cássia Palha (2017) indica os elementos que devemos observar no tratamento do material telejornalístico, tais como: a estrutura do programa; o papel dos sujeitos; a importância dos apresentadores, repórteres e especialistas na construção da credibilidade; a narrativa e a relação estabelecida com o telespectador; a fragmentação seletiva; a construção de contextos e sensacionalismo; a edição, a montagem e o ritmo. A partir dessas referências realizamos um amplo levantamento do material telejornalístico por meio da plataforma de streaming Globoplay. A busca na plataforma Globoplay foi realizada por meio das palavras-chaves: “Anistia”; “AI-5”; “Censura”; “Comissão Nacional da Verdade”; “ditadura militar”; “golpe militar”; “golpe de 64” e “revolução de 64”. Foram localizadas 41 reportagens produzidas e veiculadas nos telejornais: Bom Dia Minas; Integração Notícia – Triângulo Mineiro; MGTV; MG Inter; Jornal da EPTV; MG1; MG2 e Terra de Minas. O mapeamento desse material e sua categorização foi o ponto inicial para nossa pesquisa. Construímos um quadro analítico, produzido por meio do software Excel, da Microsoft, com campos informativos como: data, título, duração, telejornal, emissora, etc. A pesquisa encontra-se em andamento e já realizamos o visionamento e a catalogação de 23 reportagens que foram agrupadas em cinco categorias para análise: tempo presente; figuras políticas; marcos da ditadura; fenômenos da ditadura e acervos da ditadura. Até o presente momento foi possível observar que esse material telejornalístico revela um espaço de disputas e tensionamentos na construção da memória sobre a ditadura militar, com depoimentos de algozes e vítimas do regime. Em relação a participação de historiadoras e historiadores, localizamos apenas duas aparições, dentre as 23 reportagens analisadas.