INSCRIÇÕES URBANAS COMO FERRAMENTA DE MEDIAÇÃO NO ENSINO-APRENDIZAGEM DE HISTÓRIA

CONSCIÊNCIA HISTÓRICA EM FORMAÇÃO

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Autores

  • Millena Luzia Carvalho do Carmo Universidade Federal da Paraíba

Palavras-chave:

Inscrições Urbanas, Ensino de História, Consciência Histórica

Resumo

O trabalho aqui proposto busca refletir sobre a importância de reconhecer a articulação entre espaço, tempo e sujeito no processo de ensino-aprendizagem de História. Para isso, discute o uso de inscrições urbanas para promover debates ético-políticos na sala de aula, associados à construção da consciência histórica. Com isso, utiliza-se como recurso fotografias de inscrições urbanas da cidade de João Pessoa-PB, visando promover um ensino crítico, problematizador e localizado da disciplina. Como explica Thiago Correa (2016), inscrições urbanas é um termo neutro para se referir a diferentes modalidades de inscrições feitas no espaço urbano. Podem ser esculturas, cartazes, adesivos, performances, vídeos, pinturas etc. Neste trabalho, privilegia-se a modalidade da pintura em suportes como muros e outdoors, através de técnicas como a pixação e o grafitti. A partir desses recursos, busca-se abrir espaços para construção de olhares mais atentos, criativos e reflexivos sobre as vivências no tempo presente e os seus reflexos no processo de formação do conhecimento histórico. Para isso, a leitura e compreensão de autores indispensáveis para esse debate, como os historiadores Peter Lee e Jörn Rüsen, torna-se fundamental para o desenvolvimento do trabalho. A aprendizagem acontece quando o(a) aluno(a) é entendido como ponto de partida, tendo a sua experiência enquanto sujeito político e social levada em consideração. A partir disso, são incorporados os métodos, conteúdos, temas, técnicas e procedimentos utilizados pelo(a) historiador(a) para que seja possível desenvolver o pensar historicamente (LEE, 2006). Dentro desse processo, o diálogo com a realidade é central e contribui com a formação do pensamento histórico, caminho possível através da consciência histórica, uma vez que ela compreende as situações genéricas e elementares da vida prática dos homens (experiências e interpretações do tempo) (RÜSEN, 2001, p. 54). No fluxo de compreensão da realidade e bagagem social do espectador, pode-se pensar os usos das fotografias no ensino de história e na pesquisa histórica como uma possibilidade de descortinamento de representações que podem tanto estar presentes em eventos históricos há décadas atrás, mas também das imagens construídas cotidianamente nas vivências do tempo presente. A partir desse ponto de vista, a fotografia deixa de ser uma simples ilustração para se tornar uma ferramenta de análise histórica. Para Kossoy (2021), o(a) historiador(a) deve ser capaz de desmontar as construções e camadas criadas pela realidade da representação na fotografia, desarticulando esses processos para descobrir as finalidades da produção fotográfica de maneira clara. Portanto, a pesquisa busca valorizar o ensino de História adotando uma prática pedagógica que reconheça a complexidade do processo histórico e a diversidade das experiências humanas. A utilização de fotografias de inscrições urbanas como recurso didático busca ser uma ferramenta eficaz para promover debates críticos e localizados, conectando os(as) discentes ao seu tempo, lugar e história. A reflexão reafirma a necessidade de práticas de ensino que emancipem as estruturas cognitivas dos indivíduos, promovendo um ensino de História que forme sujeitos críticos e conscientes da sua posição política e social. Esse entendimento é crucial para o desenvolvimento de uma sociedade mais engajada, que valorize a prática cidadã.

Biografia do Autor

Millena Luzia Carvalho do Carmo, Universidade Federal da Paraíba

Mestranda pelo Programa de Pós-Graduação da Universidade Federal da Paraíba (PPGH/UFPB). E-mail: millenaluzia@gmail.com.

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Publicado

2024-11-02

Como Citar

do Carmo, M. L. C. (2024). INSCRIÇÕES URBANAS COMO FERRAMENTA DE MEDIAÇÃO NO ENSINO-APRENDIZAGEM DE HISTÓRIA: CONSCIÊNCIA HISTÓRICA EM FORMAÇÃO. ANAIS DO SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE HISTÓRIA E EDUCAÇÃO, 4(1), 01–02. Recuperado de https://revistas.ceeinter.com.br/anaisseminariodehistoriaeeducaca/article/view/1593

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