POPULAÇÃO LGBTQIA+ E A DOCÊNCIA
COMO A LGTBFOBIA AFETA DOCENTES NO ÂMBITO ESCOLAR
Visualizações: 47Palavras-chave:
Docência; LGBTQIA+; Escola; SociedadeResumo
O presente artigo, trata de um estudo qualitativo que objetiva investigar, organizar atualizar e expandir o conhecimento sobre a temática “pessoas LGBTQIA+ enquanto docentes”. Visa-se através desta pesquisa, entender em que medida os professores e professoras que não se identificam com a heterossexualidade, são impactados(as) pela LGBTfobia nas escolas públicas paranaenses. Considera-se neste projeto, que a escola é tida como um ambiente extremamente hostil contra discentes LGBTQIA+, uma vez que ela reflete em microescala os mecanismos de exclusão presentes na sociedade, configurando-se portanto, como um local de violência e assumindo um papel diferente do que lhe cabe. Logo, mediante a análise da trajetória profissional de onze docentes que se propuseram a participar deste trabalho, diligenciou-se responder se o ambiente escolar é tão hostil contra educadores LGBTQIA+ quanto é para os educandos. O estudo, como já colocado, é qualitativo, o qual utilizou-se a metodologia da análise da trajetória de profissionais LGBTQIA+ de escolas públicas de Curitiba e região metropolitana. A metodologia escolhida, contribuiu para o exame do cotidiano vivido por cada um(a) dos(as) professores(as) pesquisados(as), na tentativa de responder as questões iniciais de acordo com o relato da vivência e experiência de cada participante. Dessarte, fica evidente que as escolas que compuseram a pesquisa, são ambientes agressivos contra indivíduos que não se enquadram nas normas heteronormativas estabelecidas socialmente, principalmente quando pertencentes ao sexo masculino, independentemente de serem discentes ou docentes, alterando-se apenas a visibilidade das violências para com cada grupo. Notabilizou-se, além disso, a busca das escolas por silenciar os supracitados indivíduos juntamente com as discussões sobre questões que envolvam a comunidade LGBTQIA+ em seu espaço. Denota-se desta maneira, que os resultados encontrados corroboraram com a afirmação inicial de que a escola é um ambiente LGBTfóbico, se podendo afirmar que educadores(as) não heterossexuais também são impactados pela LGBTfobia que a envolve. E, embora a violência referida não tenha origem no espaço escolar, é cabível enfatizar que as instituições atuam como reflexos ativos da sociedade, tendendo a espelhar todas as práticas sociais, inclusive as discriminatórias. Por fim, ressalta-se que, apesar de as instituições apresentarem demasiados aspectos negativos, sobretudo quando o assunto em questão é a diversidade, muitos docentes acreditam que elas podem resultar em locais menos desiguais, admitindo que há possibilidades de levar, principalmente os estudantes, a pensamentos menos discriminatórios frente a questões como diversidade de gênero, sexual e racial, mesmo que isso represente um trabalho árduo pela frente. Em suma, salienta-se neste projeto, que o fato de se perceber o potencial crítico, educativo e questionador da escola, pode indicar o caminho para que haja mudanças de posturas e de comportamentos, e quiçá, articulando este âmbito a outros recintos de importância social, possa haver transformações que abram horizontes a curto, médio e longo prazo.