INTERSECCIONALIDADE DE GÊNERO, RAÇA E CLASSE NA FORMAÇÃO DE PROFISSIONAIS DE SAÚDE NA UFBA
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Interseccionalidade, Gênero, Raça, Classe Social, Ensino SuperiorResumo
INTRODUÇÃO: A formação em saúde no Brasil frequentemente ignora as desigualdades estruturais de gênero, raça e classe. A perspectiva interseccional, que considera essas múltiplas dimensões de desigualdade, é fundamental para preparar profissionais capazes de atuar com equidade. OBJETIVO: Analisar os currículos dos cursos de saúde da UFBA para avaliar a inclusão dos temas de gênero, raça e classe a partir de uma perspectiva interseccional e identificar possíveis lacunas na formação. METODOLOGIA: Realizou-se uma análise documental qualitativa das ementas de 1.090 disciplinas obrigatórias de 22 cursos, classificadas em seis categorias temáticas pelo software IRAMUTEQ. DISCUSSÃO: A análise revelou que apenas 37 disciplinas abordam esses temas, com destaque para a ênfase parcial em gênero e classe no curso de Medicina e uma abordagem limitada da diversidade racial em Biotecnologia e Fisioterapia. CONCLUSÃO: Tais dados evidenciam a necessidade de reformas curriculares na UFBA para uma formação mais inclusiva e preparada para a realidade social brasileira.
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