INTERSECCIONALIDADE DE GÊNERO, RAÇA E CLASSE NA FORMAÇÃO DE PROFISSIONAIS DE SAÚDE NA UFBA

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Palavras-chave:

Interseccionalidade, Gênero, Raça, Classe Social, Ensino Superior

Resumo

INTRODUÇÃO: A formação em saúde no Brasil frequentemente ignora as desigualdades estruturais de gênero, raça e classe. A perspectiva interseccional, que considera essas múltiplas dimensões de desigualdade, é fundamental para preparar profissionais capazes de atuar com equidade. OBJETIVO: Analisar os currículos dos cursos de saúde da UFBA para avaliar a inclusão dos temas de gênero, raça e classe a partir de uma perspectiva interseccional e identificar possíveis lacunas na formação. METODOLOGIA: Realizou-se uma análise documental qualitativa das ementas de 1.090 disciplinas obrigatórias de 22 cursos, classificadas em seis categorias temáticas pelo software IRAMUTEQ. DISCUSSÃO: A análise revelou que apenas 37 disciplinas abordam esses temas, com destaque para a ênfase parcial em gênero e classe no curso de Medicina e uma abordagem limitada da diversidade racial em Biotecnologia e Fisioterapia. CONCLUSÃO: Tais dados evidenciam a necessidade de reformas curriculares na UFBA para uma formação mais inclusiva e preparada para a realidade social brasileira.

Biografia do Autor

Renata Meira Veras, Universidade Federal da Bahia

Doutorado em Psicologia Social pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

Ráren Paulo da Silva Araújo, Universidade Federal da Bahia

Mestrando pela Universidade Federal da Bahia.

Vitória Batista Passos Calmon, Universidade Federal da Bahia

Mestra em Estudos Interdisciplinares sobre a Universidade pela Universidade Federal da Bahia.

Referências

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Publicado

2024-12-20

Como Citar

Veras, R. M., Araújo, R. P. da S., & Calmon, V. B. P. (2024). INTERSECCIONALIDADE DE GÊNERO, RAÇA E CLASSE NA FORMAÇÃO DE PROFISSIONAIS DE SAÚDE NA UFBA. ANAIS DO SEMINÁRIO DE POLÍTICAS PÚBLICAS E INTERSECCIONALIDADES, 3(1), 01–03. Recuperado de https://revistas.ceeinter.com.br/anaisseminariodepoliticaspublica/article/view/1782

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