O ENSINO DA HISTÓRIA E DA CULTURA AFRICANA E AFRO-BRASILEIRA PARA O ESTUDO DA RELIGIOSIDADE AFRICANA DO BATUQUE

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Autores

  • Ângelo Vinicius da Rosa Alves Universidade Federal do Pampa
  • André Iser Siqueira Universidade Federal do Pampa
  • Flávio Marcelo Rodrigues Bruno Universidade Federal do Pampa

Palavras-chave:

Escolas; Ensino; Cultura africana e afro-brasileira; Religiosidade afrodescendente; Batuque.

Resumo

A formação cultural do Brasil é caracterizada pela fusão de etnias e culturas, pela
contínua ocupação de diferentes regiões geográficas, pela diversidade de fisionomias e
paisagens e também pela multiplicidade de visões sobre a miscigenação em sentido amplo,
algumas ainda presas à desinformação e ao preconceito (SOUZA, 2005). É neste sentido que,
com o advento da Lei n° 10.639/03, que posteriormente foi alterada pela Lei n° 11.645/08,
tornou-se obrigatório o ensino da história e da cultura africana e afro-brasileira nas escolas
públicas e particulares de ensino fundamental e médio no Brasil. Essa obrigatoriedade busca
corrigir a ausência destes conteúdos no cotidiano da sala de aula e proporcionar uma maior
profundidade na sua abordagem. Interessante confluir no sentido de compreender que, por meio
desta regulamentação nacional, se intenciona minimizar, a partir da educação, as ações de
intolerância étnica que se sucedem na sociedade, em especial no que diz respeito a religiosidade
afrodescendente (SPERONI, 2017). Este trabalho apresenta como tema a importância do ensino
da religião de matriz africana do Batuque. Tendo como objetivo contextualizar a temática a
partir da concepção do ensino da história e da cultura africana e afro-brasileira, em especial
para o estudo da religiosidade africana do Batuque. Em pesquisa de cunho metodológico de
levante bibliográfico e análise legislativa e suas implicações. Diante disso, é preciso
compreender o Batuque como uma vertente religiosa que abrange mais características da cultura
africana, e que, segundo explica Speroni (2017), compõe a tríade das chamadas religiões afrogaúchas junto com a Umbanda que seria a religião mais brasileira e que teria desenvolvido um
misto da cultura afro e indígena e a Quimbanda – atualmente denominada como Linha Cruzada
– que pode ser entendida por praticar elementos religiosos da Umbanda e do Batuque e por
cultuar as suas principais entidades. Especificamente sobre o Batuque, pode ser entendido como
um conjunto de crenças e práticas religiosas afro-brasileiras que possui uma rica história e uma profunda ligação com a cultura brasileira. (CORRÊA, 2016). O ensino da matriz religiosa do
Batuque nas escolas brasileiras é de suma importância para promover a valorização da
diversidade cultural e religiosa do país. Ao conhecerem essa tradição religiosa, os estudantes
têm a oportunidade de compreender a contribuição dos povos afrodescendentes na formação da
identidade brasileira. Além disso, conforme assevera Braga (2018), o ensino do Batuque nas
escolas auxilia na desconstrução de estereótipos e preconceitos, promovendo a tolerância
religiosa e o respeito às diferentes manifestações de fé presentes em nossa sociedade. Apresenta
luz de encerramento à reflexão deste trabalho, as colocações de Munanga (2005) no sentido de
que, ao incluir o ensino da matriz religiosa do Batuque nas escolas, mesmo que por meio de
regulamentação imperativa do ordenamento jurídico brasileiro, estamos fortalecendo os
princípios da laicidade do Estado e da liberdade religiosa, garantindo que os estudantes tenham
acesso a um conhecimento plural e diversificado. Assim, o ensino da matriz religiosa do
Batuque nas escolas brasileiras é fundamental para a promoção da cidadania e para o
fortalecimento da identidade cultural do nosso país.

Biografia do Autor

Ângelo Vinicius da Rosa Alves, Universidade Federal do Pampa

Graduando do Curso de Licenciatura em Ciências Humanas (campus de São Borja da UNIPAMPA).

André Iser Siqueira, Universidade Federal do Pampa

Graduando do Curso de Licenciatura em Ciências Humanas (campus de São Borja da UNIPAMPA).

Flávio Marcelo Rodrigues Bruno, Universidade Federal do Pampa

Pós-Doutor em Direito pela Università degli Studi di Messina (Itália); Doutor em Direito (UERJ); Mestre em Direito (PUC-PR); Mestre em Economia (UNISINOS); Especialista em Direito e Economia (UFRGS). Graduado em Ciências Jurídicas e Socias (UNISINOS). Docente dos Cursos de Graduação em Direito e em Ciências Humanas (campus de São Borja da UNIPAMPA) e de Especialização em Gestão da Inovação Tecnológica e Social (UFOB). Professor e Pesquisador do Programa de Pós-Graduação em Propriedade Intelectual e Transferência de Tecnologia para Inovação (PROFNIT/UFOB) e do Programa de Pós-Graduação em Ciências Humanas e Sociais (PPGCHS/UFOB). Pesquisador-Líder do Observatório de Direitos Fundamentais na perspectiva do Constitucionalismo, do Socioambientalismo e da Geopolítica Internacional (DGP/CNPq/UNIPAMPA). Avaliador de Cursos e Instituições de Ensino Superior (INEP/MEC). Jurista. 

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Publicado

2023-09-11

Como Citar

Alves, Ângelo V. da R., Siqueira, A. I., & Bruno, F. M. R. (2023). O ENSINO DA HISTÓRIA E DA CULTURA AFRICANA E AFRO-BRASILEIRA PARA O ESTUDO DA RELIGIOSIDADE AFRICANA DO BATUQUE. ANAIS DO SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE HISTÓRIA E EDUCAÇÃO, 2, 48–50. Recuperado de https://revistas.ceeinter.com.br/anaisseminariodehistoriaeeducaca/article/view/861