MEDO DA FAMÍLIA, EM NOME DA RELIGIÃO E A POLÍTICA PARTIDÁRIA SOBRE GÊNERO E SEXUALIDADES NAS ESCOLAS

DESAFIOS DA EDUCAÇÃO DIANTE DE DISCURSOS CONSERVADORES E AUTORITÁRIOS NA REDE PÚBLICA

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Autores

  • Beatriz Floôr Quadrado Universidade Federal de Pelotas

DOI:

https://doi.org/10.56579/sedh.v2i1.1204

Palavras-chave:

Gênero, Sexualidades, Educação, Famílias, Política

Resumo

Este trabalho tem como temática os gêneros e sexualidade nas escolas, especialmente, as relações diante da LGBTQIAPfobia. A investigação tem como contexto a educação formal escolar, mais especificamente, os anos finais do ensino básico da rede municipal de Sapucaia do Sul, cidade localizada na região metropolitana de Porto Alegre. A pesquisa se utilizou da análise de dados sobre entrevistas e grupos focais realizados em três escolas distintas do município de Sapucaia do Sul, com docentes de diferentes disciplinas. Buscou-se analisar as experiências de docentes diante destas temáticas e situações, bem como as concepções de normalidade e anormalidade sobre comportamentos e imagens construídas no que se refere a gênero no âmbito escolar. Compreender o processo de discriminação que é institucionalizado a partir da família, pelos meios de comunicação, religião, legislação e escola. Um controle de vigilância reforçado nos discursos como construção de verdades sobre o sexo, gênero e sexualidades. As estruturas da colonização têm efeitos reais em uma construção binária, porém são questionadas por diferentes grupos e de várias formas. A oposição e subversão destas estruturas reagem a cisheteronormatividade. Através dos discursos e experiências expostas nos grupos foi destacada a ideia de modismo no que se refere ao gênero e sexualidade de crianças e adolescentes, bem como as tensões envolvenvendo escola e família. As sexualidades foram restritas ao âmbito do privado, na preocupação da crítica familar. Privatizar a sexualidade é uma lógica eurocêntrica e colonizadora, uma estratégia de naturalização e domesticação sobre gênero, sexo, prazer e desejo. Bem como os sentimentos de culpa e vergonha em um viés cristão, uma forma de escapar e contradizer seu caráter social e político, portanto, público. O trabalho reflete criticamente a ideia de modismo e naturalização das sexualidades na infância e adolescência junto as performatividades e sua materialização no corpo.  O conceito de performatividade em Butler (2021) se faz como principal referência para compreender os processos atuais de permanências e rupturas no cenário das relações sociais e políticas no Brasil. Enfim, após a discussão sobre os conflito  nas construções políticas e estruturais a cerca do gênero e sexualidades, percebe-se que o grande desafio ainda é como abordar estas temáticas na escola diante das crises do sistema político e econômico que tem se utilizado da descrença e desvalorização do trabalho docente e da liberdade  na manutenção de padrões com base na heterossexualidade, autoritarismo e conservadorismo.

Biografia do Autor

Beatriz Floôr Quadrado, Universidade Federal de Pelotas

Mestra em História pela UFPel, Doutoranda em Educação na UniLasalle, bolsista pela prefeitura de Sapucaia do Sul.

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Publicado

2024-03-31

Como Citar

Quadrado, B. F. (2024). MEDO DA FAMÍLIA, EM NOME DA RELIGIÃO E A POLÍTICA PARTIDÁRIA SOBRE GÊNERO E SEXUALIDADES NAS ESCOLAS: DESAFIOS DA EDUCAÇÃO DIANTE DE DISCURSOS CONSERVADORES E AUTORITÁRIOS NA REDE PÚBLICA. ANAIS DO SEMINÁRIO DE EDUCAÇÃO, DIVERSIDADE E DIREITOS HUMANOS, 2(1), 01–02. https://doi.org/10.56579/sedh.v2i1.1204

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