REVISITANDO AS BASES FILOSÓFICAS DO PENSAMENTO FEMINISTA DECOLONIAL

O FEMINISMO DECOLONIAL DE MARÍA LUGONES

Visualizações: 6

Autores

DOI:

https://doi.org/10.56579/rei.v7i3.1651

Palavras-chave:

María Lugones, Feminismo Decolonial, Sistema Moderno-Colonial de Gênero, Colonialidade de Gênero, Mulheres de Cor

Resumo

Este é um texto teórico-afetivo em homenagem à vida e à obra da argentina María Lugones, autora de importância seminal para o pensamento ou perspectiva decolonial, falecida em julho de 2020. Objetiva-se através dele apresentar as bases filosófico-epistemológicas da autora, a partir de uma imersão em sua experiência como mulher de cor, lésbica, peregrina, filósofa feminista decolonial, teórica crítica, professora universitária chicana na academia estadunidense, pedagoga popular e cantora, além de excelente anfitriã, segundo seus amigos e familiares. Percorre-se sua trajetória na academia e na educação popular, dando ênfase ao seu profícuo pensamento filosófico, do qual verteram categorias como viajar-mundos, peregrinagem, sistema moderno-colonial de gênero, colonialidade de gênero, lócus fraturado, entre muitas outras. Longe de pretender esgotar a vasta obra da autora, este trabalho utilizou como metodologia a revisão crítica de literatura, com destaque para seus dois textos ‘Colonialidade e gênero’ (2008) e ‘Rumo a um feminismo descolonial’ (2014). A partir do seu pensamento de fusão, há maneiras de entender filosoficamente as diferenças entre os seres humanos e entre os seres humanos e seus habitats, de modo a compreender a partir de qual cosmovisão compreendem o mundo, seja local ou globalmente. Ou seja, para além da contribuição de Lugones ao pensamento filosófico feminista, a partir de suas conclusões em relação à interseccionalidade e seu profundo enraizamento na colonialidade do poder, do saber e do ser, está o seu compromisso com a compreensão das experiências das mulheres em contextos culturais diversos e sob a influência daquelas colonialidades. Com a escrita deste trabalho, pretende-se, além de sistematizar as principais ideias de María Lugones, homenagear a sua memória, concitando aqueles que simpatizam com sua escrita de amor a jamais esquecê-la.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Maria Emília Miranda Alvares, Universidade Federal do Maranhão

Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Cultura e Sociedade - PGCULT.

Angela Barbara Lima Saldanha Rego, Instituto Federal do Maranhão

Mestre do Programa de Pós-Graduação em Cultura e Sociedade – PGCULT.

Ana Caroline Amorim Oliveira, Universidade Federal do Maranhão

Docente do Programa de Pós-Graduação em Cultura e Sociedade- PGCULT da Universidade Federal do Maranhão.

Referências

BALLESTRIN, Luciana. América Latina e giro decolonial. Revista Brasileira de Ciência Política, 2013, n. 11, p. 89-117, 2013. DOI: https://doi.org/10.1590/S0103-33522013000200004

BEAUVOIR, Simone de. O segundo sexo. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2009.

BIDASECA, Karina. María Lugones. Enciclopédia Mulheres na Filosofia. Campinas, 2020. Disponível em: https://www.blogs.unicamp.br/mulheresnafilosofia/maria-Lugones/. Acesso em: 31 jan. 2024.

CRENSHAW, Kimberlé. Demarginalizing the intersection of race and sex: a black feminist critique of antidiscrimination doctrine, feminist theory and antiracist politics. The University of Chicago Legal Forum, n. 140, p. 139-167, 1989.

DIPIETRO, Pedro et al. La filósofa peregrina: Homenaje a la investigadora y lesbofeminista María Lugones. Nova Iorque, 2020. Disponível em: https://www.pagina12.com.ar/279981-la-filosofa-peregrina. Acesso em: 31 jan. 2024.

GREENBERG, Julie. Definitional Dilemmas: Male or Female? Black or White? The Law’s Failure to Recogniza Interssexuals and Multiracials”. In. LASTER, Toni. (ed.) Gender Nonconformaty, Race, and Sexualty. Charging The Connections. Madison: University of Wisconsin Press, 2002.

GROSFOGUEL, Ramón. A estrutura do conhecimento nas universidades ocidentalizadas: racismo/sexismo epistêmico e os quatro genocídios/epistemicídios do longo século XVI. Sociedade e Estado, Brasília, v. 31, n. 1, p. 25–49, jan./abr. 2016. Disponível em: https://www.scielo.br/j/se/a/wYyDKvsZ7m3jrxRrFnhNzTJ. Acesso em: 4 jun. 2024. DOI: https://doi.org/10.1590/S0102-69922016000100003

HOLLANDA, Heloisa Buarque de (org.). Pensamento feminista hoje: perspectivas decoloniais. Rio de Janeiro: Bazar: 2020.

LANDER, Edgardo (org.). A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais – perspectivas latino-americanas. Buenos Aires: CLACSO, 2005.

LUGONES, María. Pilgrimages/Peregrinajes: Theorizing Coalition against Multiple Oppressions. Lanham: Rowman & Littlefield Publishers, v. 17, n. 2, p. 233–235, 2005. Disponível em: https://archive.org/details/pilgrimagespereg0000lugo/page/n9/mode/2up. Acesso em: 09 fev. 2025. DOI: https://doi.org/10.2979/NWS.2005.17.2.233

LUGONES, María. Playfulness, world-travelling, and loving perception. Hypatia, v. 2, n. 2, p. 3-19, 1987. Disponível em: https://www.jstor.org/stable/3810013. Acesso em: 04 fev. 2024. DOI: https://doi.org/10.1111/j.1527-2001.1987.tb01062.x

LUGONES, María. Motion, stasis, and resistance to interlocked oppressions. In. AIKEN, Susan Hardy et al. (Org.). Making worlds: gender, metaphor, materiality. Tucson: The University of Arizona Press, 1998. p. 49-53. DOI: https://doi.org/10.2307/j.ctv27bds8b.8

LUGONES, María. Heterosexualism and the colonial/modern gender system. Hypatia, v. 22, n. 1, p. 186–209, 2007. DOI: https://doi.org/10.1353/hyp.2006.0067

LUGONES, María. Colonialidad y Género. Tabula Rasa, Bogotá, n. 9, p. 73-101, jun.-dez. 2008. Disponível em: http://www.scielo.org.co/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1794-24892008000200006&lng=en&nrm=iso. Acesso em: 04 fev. 2024. DOI: https://doi.org/10.25058/20112742.340

LUGONES, María. Rumo a um feminismo descolonial. Revista Estudos Feministas, [S. l.], v. 22, n. 3, p. 935–952, 2014. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/ref/article/view/36755. Acesso em: 05 fev. 2024. DOI: https://doi.org/10.1590/S0104-026X2014000300013

LUGONES, Maria. Colonialidade e gênero. In. HOLLANDA, Heloisa Buarque de (org.). Pensamento feminista hoje: perspectivas decoloniais. Rio de Janeiro: Bazar: 2020.

MIGNOLO, Walter. Histórias Locais/Projetos Globais. Belo Horizonte: UFMG. 2003.

MIGNOLO, Walter D. Delinking. Cultural Studies, [online], v. 21, n. 2, p. 449-514, abr. 2007. Disponível em: http://waltermignolo.com/wp-content/uploads/2013/03/WMignolo_Delinking.pdf. Acesso em: 29 jan. 2024. DOI: https://doi.org/10.1080/09502380601162647

MIGNOLO, Walter. La opción decolonial: desprendimiento y apertura. Um manifiesto y un caso. Tabula Rasa, n. 8, p. 243-282, 2008. DOI: https://doi.org/10.25058/20112742.331

MIGNOLO, Walter. Desobediencia epistémica: retórica de la modernidad, lógica de la colonialidad y gramática de la descolonialidad. Argentina: Ediciones del signo, 2010.

QUIJANO, Aníbal. Colonialidade do poder, eurocentrismo e América Latina. In. LANDER, Edgardo (org.). A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais – perspectivas latino-americanas. Buenos Aires: CLACSO, 2005. p. 117-142. Disponível em: http://biblioteca.clacso.edu.ar/clacso/sur-sur/20100624103322/12_Quijano.pdf. Acesso em: 30 maio 2021.

SEGATO, Rita. El sexo y la norma: frente estatal, patriarcado, desposesión, colonidad. Revita de Estudos Feministas, Florianópolis, v. 22, n. 2, p. 593-616, maio-ago., 2014. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/ref/article/view/36550. Acesso em: 05 fev. 2024. DOI: https://doi.org/10.1590/S0104-026X2014000200012

SEMANA 11: Colonialidade e gênero – Debate. Com participação de Maria Lugones (Binghamton - USA) e Ângela Figueiredo (UFRB). Youtube, 2020. Transmitido pelo Canal História em Quarentena (92 min.). Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=h54Mlndy0Ws&t=4353s. Acesso em: 05 fev. 2024.

Downloads

Publicado

2025-06-04

Como Citar

Alvares, M. E. M., Rego, A. B. L. S., & Oliveira, A. C. A. (2025). REVISITANDO AS BASES FILOSÓFICAS DO PENSAMENTO FEMINISTA DECOLONIAL: O FEMINISMO DECOLONIAL DE MARÍA LUGONES. Revista De Estudos Interdisciplinares , 7(3), 01–18. https://doi.org/10.56579/rei.v7i3.1651

Edição

Seção

DOSSIÊ CORPORALIDADES PLURAIS: RELAÇÕES DE GÊNERO, SOCIABILIDADES E FORMAS DE RE-EXISTÊNCIA

Artigos Semelhantes

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 > >> 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.