A SUBMISSÃO DAS MULHERES CHINESAS NO SÉCULO XV

Visualizações: 945

Authors

  • Eduardo Lima Universidade Federal do Pampa
  • Emanuele Salgado Farias Universidade Federal do Pampa
  • Luiza Elizele Nunes da Luz Universidade Federal do Pampa
  • Jaqueline Carvalho Quadrado Universidade Federal do Pampa

DOI:

https://doi.org/10.56579/rei.v1i1.8

Keywords:

Cultura; Padrão de Beleza; Feminismo.

Abstract

Os pés de lótus tratavam-se de uma prática que iniciou no século XV, durante a dinastia Tang na China. A tradição conta que o Imperador chinês Li Yu se apaixonou por uma bailarina, que possuía pés minúsculos, enquanto ela realizava uma dança tradicional conhecida como "A dança de lótus". Segundo fatos históricos "em virtude do Imperador sentir desejo por muitas mulheres e descobrindo o seu gosto peculiar por pés pequenos, as chinesas da época idealizaram uma técnica da qual diminuía seus pés" (GRAFF, 2017, p. 6). Segundo Graff (2007, p. 8), a prática era vista como questão de status, pois tal tradição simbolizava riqueza, e se tornou um padrão de beleza daquela cultura, pois quanto menor os pés das mulheres, mais desejadas elas eram pelo público masculino, resultando em um bom casamento. No entanto, esse costume começou se mostrar negativo para as mulheres, visto que a maioria delas que realizavam o procedimento acabavam adquirindo deficiências locomotoras e sedentarismo. De acordo com Saffioti "a relação de gênero é historicamente construída, havendo um "regime da dominaçãoexploração das mulheres pelos homens" (2004, p. 44). Logo, essa lógica predominava a necessidade de agradar e seduzir os homens, visto que eram ensinados a sentirem atração por pés pequenos e pensarem que as garotas que suportaram essa dor por anos não iriam se opor às ordens do marido, porém o histórico da prática era ocultada. Nesse sentido, em muitas culturas existe a ideia de que a mulher deve se arrumar para se entregar ao homem, mesmo que isso acarrete problemas para sua saúde. Segundo Stein, o site "Hipercultura": Na China as garotas que amarravam seus pés e os mutilavam não possuíam uma
vida confortável, pois cumpriam uma carga de trabalho muito alta, visto que era uma maneira de garantir que as jovens permanecessem sentadas e executasse suas tarefas por várias horas. Elas eram exploradas produzindo os fios, os panos, as esteiras, os sapatos e as redes de pesca das quais as famílias da comunidade retiravam seu sustento. As mulheres eram ensinadas que isso as ajudariam arranjar um bom casamento e alcançar a felicidade.

Downloads

Download data is not yet available.

Author Biographies

Eduardo Lima, Universidade Federal do Pampa

Graduando em Serviço Social pela UniversidadeCruzeiro do Sul. Membro do GEEP –Grupo de Pesquisa em Gênero, Ética, Educação e Política.

Emanuele Salgado Farias, Universidade Federal do Pampa

Graduanda em Serviço Social pela Universidade Federal do Pampa. Membro do GEEP –Grupo de Pesquisa em Gênero, Ética, Educação e Política.

Luiza Elizele Nunes da Luz, Universidade Federal do Pampa

Graduanda em Serviço Social pela Universidade Federal do Pampa.

Jaqueline Carvalho Quadrado, Universidade Federal do Pampa

Doutoraem Sociologia pela Universidade Federal Brasília. Professora do curso de Serviço Social da Universidade Federal do Pampa. Líder do GEEP –Grupo de Pesquisa em Gênero, Ética, Educação e Política.

References

SAFFIOTI, Heleieth. Gênero, Patriarcado, Violência. São Paulo: Fundação Perseu Abramo, 2004.

LESSA, Sérgio; TONET, Ivo. Introdução à filosofia de Marx. São Paulo: Expressão Popular, 2011.

MEYER, Dagmar Estermann. Gênero e educação: teoria e política. In. LOURO, Guacira Lopes; FELIPE, Jane; GOELLNER, Silvana Vilodre. Corpo, Gênero e Sexualidade: um debate contemporâneo na educação. 9. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2013.

NETTO, J. P. Introdução ao estudo do Método de Marx. 1 ed. São Paulo: Expressão Popular, 2011.

SAN’ANNA, Denize Bernuzzi de. É possível realizar uma história do corpo? In: Bueno Lucia; Ana Lúcia (org). Corpo Território da Cultura. São Paulo: Annablume, 2005.

SAFFIOTI, Heleieth, Contribuições feministas para o estudo da violência de gênero, cadernos pagu, 2001 DOI: https://doi.org/10.1590/S0104-83332001000100007

GRAFF, Leonardo. Conheça os pés de lótus, a técnica de beleza mais dolorosa praticada na china. 01 de Novembro de 2017. Disponível em: <https://www.fatosdesconhecidos.com.br/conheca-os-pes-de-lotus-tecnica-de-beleza-maisdolorosa-praticada-na-china/>.Acesso em: 07/09/2018.

STEIN, Carlos. Pés de lótus: a história por trás da tradição do pé de chinesa. Disponível em: <https://www.hipercultura.com/a-historia-por-tras-da-tradicao-do-pe-de-chinesa/>. Acesso em: 06/09/2018

NOVAES, Vilhena de Joana, A revolução feminista não transformou o papel da mulher, mas agregou funções a ela, 23 Agosto 2007, http://www.ihu.unisinos.br/entrevistas/9109-%60a-revolucao-feminista-naotransformou-o-papel-da-mulher-mas-agregou-funcoes-a-ela%60-entrevista-especial-comjoana-de-vilhena-novaes, acesso em: 06/09/2018

MAIS Equilíbrio. HIPERCULTURA. 2005. Disponível em: <http://www.maisequilibrio.com.br/beleza/a-beleza-chinesa-6-1-5-345.html>. Acesso em: 07/09/2018

Published

2021-05-05

How to Cite

Lima, E., Salgado Farias, E. ., Elizele Nunes da Luz, L. ., & Carvalho Quadrado, J. . (2021). A SUBMISSÃO DAS MULHERES CHINESAS NO SÉCULO XV. Interdisciplinary Studies Journal, 1(1), 119–126. https://doi.org/10.56579/rei.v1i1.8

Similar Articles

1 2 3 4 5 6 7 8 9 > >> 

You may also start an advanced similarity search for this article.

Most read articles by the same author(s)