GINÁSIO SANTA BERNADETE/BA
ENTRE A DOCÊNCIA, A RELIGIÃO E O LAR (1953-1973)
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História da Educação, Educação feminina, Memória, Identidade, Ginásio Santa Bernadete/BAResumo
Este resumo apresenta um recorte de uma pesquisa de mestrado em andamento que tem como objetivo investigar a construção da identidade das professoras a partir da experiência de mulheres que estudaram no Ginásio Santa Bernadete, em Amargosa/BA, e se tornaram professoras. O foco está na valorização do ideal de ser uma "boa professora". O período histórico em análise compreende os anos de 1953 a 1973, correspondendo ao período em que a instituição ofereceu o Curso Pedagógico para alunas da cidade e região. A pesquisa baseia-se em conceitos que tem sido fundamentais como memória, embasados em autores como (LE GOFF,1990) (NÓVOA, 1992), (BOSI, 1987); e identidade, com referências a (POLLAK, 1992). A discussão também aborda questões de gênero, considerando o contexto da educação feminina no Brasil e autores como (LOURO, 2014) e (PASSOS, 1999). Nesse sentido, a justificativa para a pesquisa reside na possibilidade de aprofundar o conhecimento sobre a construção da identidade das professoras em Amargosa, a partir da experiência da Escola das Sacramentinas. A abordagem metodológica adotada é a História Oral, que permite ouvir e compartilhar as memórias das entrevistadas. Através da História Oral, busca-se dar sentido às experiências vividas e exaltar a experiência humana individual e coletiva. Os dados são coletados por meio da análise de documentos encontrados nos arquivos da escola, como contratos, atas, estatutos e fotografias, além de entrevistas semiestruturadas com mulheres que se formaram no colégio e atuaram como professoras em Amargosa. Até o momento, considera-se que a "boa professora" formada no Ginásio Santa Bernadete seria aquela que internalizou o magistério como uma vocação e missão sagrada, que deveria ser seguida com zelo e devoção acima de tudo. Essas professoras levaram para a sala de aula os atributos que lhes foram conferidos, sendo vistas como mais aptas para o trabalho no magistério, especialmente no ensino primário, por este ser visto como uma extensão do lar.