NEOCONSERVADORISMO E CIBERCULTURA

RECEITA PARA A DESESCOLARIZAÇÃO

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Autores

  • Ignez de Oliveira Felix Rodrigues Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Palavras-chave:

Cibercultura; Direito educacional; Homeschooling; Escolarização.

Resumo

A crise pandêmica ocasionada pela Covid-19 levou-nos a uma reconfiguração de vida
e hábitos. Por ser um vírus transmissível, o mundo teve de se adaptar a uma prática repentina
de isolamento social, e uma das consequências diretas dessa prática foi o fechamento das
escolas, o que ocasionou o repentino ensino domiciliar. Para organizar esses estudos na casa
foram tomadas várias medidas, entre elas temos a aprovação, pelo Conselho Nacional de
Educação (CNE), da substituição das aulas presenciais por aulas a distância. Assim, a casa
abriu-se para um novo contexto e transformou-se em um espaço de escolarização. Com a
pandemia, essa forma de educação na casa foi sendo aceita e consolidada por alguns grupos,
por conta da cultura contemporânea mediada pelo digital em rede e das políticas de direita
neoconservadoras em vigência no país. Observa-se, então, que essa dinâmica escolar de caráter
privado traz novamente a discussão sobre uma modalidade educacional advinda através dos
tempos, porém relativamente nova no Brasil, o homeschooling. Desse modo, a pesquisa analisa
o crescimento da educação domiciliar no Brasil após a crise pandêmica, apontando a pandemia
como disparador evolutivo das práticas de educação na casa e a sua consolidação através das
políticas neoconservadoras do país. Contribuindo não apenas para os estudos no campo da
história da educação e valorização da instituição escolar, mas trazendo também elementos para
as discussões de assuntos emergentes, destaca-se a junção da cibercultura e do
neoconservadorismo para a consolidação da desescolarização no país. No que diz respeito aos
procedimentos metodológicos, trata-se de uma pesquisa qualitativa com base históricodocumental que traz a realidade da educação domiciliar que temos hoje, pós-pandemia, mediada
pelas novas tecnologias de informação e comunicação ancoradas nos movimentos políticos
neoconservadores do homeschooling no Brasil. Como se trata de uma pesquisa em andamento,
no que se refere aos resultados espera-se que esta pesquisa problematize o crescimento da
desescolarização no Brasil em razão das influências neoconservadoras nas práticas
educacionais. Práticas essas que se consolidam incentivadas pela cultura contemporânea
mediada pelo digital em rede – a cibercultura. Conclui-se que falar de educação no Brasil e,
mais especificamente, falar de educação domiciliar é acompanhar a contínua evolução histórica
de conveniências e poder governamental. Após a pandemia, encontramos uma população
fragilizada e amedrontada, sedenta por proteção e acolhimento, e a política de educação
domiciliar, reforçada pelo ativismo de direita, recai como um alento nas casas dessas famílias.
Em virtude de todo o aparato tecnológico que se desenvolveu no pós-pandemia, observamos os ventos da desescolarização crescendo a cada dia mais na sociedade. É necessário lutar para que
a escola se fortifique e perdure através dos tempos e governos.

Biografia do Autor

Ignez de Oliveira Felix Rodrigues , Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Mestranda em educação, Universidade do Estado do Rio de Janeiro. E

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Publicado

2023-09-08

Como Citar

Rodrigues , I. de O. F. (2023). NEOCONSERVADORISMO E CIBERCULTURA: RECEITA PARA A DESESCOLARIZAÇÃO. ANAIS DO SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE HISTÓRIA E EDUCAÇÃO, 2, 30–31. Recuperado de https://revistas.ceeinter.com.br/anaisseminariodehistoriaeeducaca/article/view/848

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