TRANSGRESSÕES NAS CIDADES – ESTILOS DE VIDAS MARGINAIS NAS ORIGENS DO SKATE NO MUNDO
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Esportes; Skate; Origens.Resumo
Para discutirmos as origens dos esportes modernos e introduzir o skate, o qual perpassa o lado marginal das juventudes urbanas, utilizaremos como base os referenciais teóricos da História Cultural e dos Estudos Culturais. Os conceitos extraídos das práticas e representações culturais irão expor problemáticas de aspectos históricos identificados na pesquisa, referentes aos grupos dos praticantes[1] dos ditos “esportes radicais ou californianos[2]”. Enquanto apropriações identitárias contraditórias e ambivalentes, as novas práticas de experimentação do skate foram iniciadas em cidades urbanizadas, que surgiram no pós-guerra, por meio das apropriações de espaços urbanos ressignificados e territorializados. Nesses locais, surgiram práticas e representações outsiders e desviantes, que permitiram a construção de vivências lifestyle[3] no skateboard. As experiências dos skatistas com práticas urbanas devem ser vinculadas às rupturas que ocorreram no Ocidente,[4] a partir das mudanças em estilos de vidas[5] nas sociedades da Modernidade Tardia (HALL, 2005)[6], a qual Giddens (1991) apresenta como Globalização.
[1] No entanto, tais práticas não são necessariamente identificadas como “esporte” por seus praticantes. Assim, de acordo Wheaton e Beal (2003, p. 176), estes buscam “[...] definirem a si mesmos é se diferenciarem das normas da cultura esportiva dominante”.
[2] Para Brandão (2014, p. 17), os esportes radicais ou californianos estão entre as modalidades de práticas que “[...] vão do surf ao caiaque, passam pelo voo livre, pelo montanhismo, pela corrida de aventura e, entre outras, fazem referência ao skate”.
[3] Traduzimos como: “estilo de vida”.
[4] De acordo com Hall (1992, p. 277, tradução nossa), o Ocidente “[...] é uma imagem ou conjunto de imagens. Condensa certo número de diferentes características em uma imagem. Evoca em nossa mente - representa na linguagem verbal e visual - um quadro composto de como são diferentes sociedades, culturas, povos e lugares. Isto funciona como parte de uma linguagem, um sistema de representação”.
[5] Para Bourdieu (1983, p. 82), o Estilo de Vida apresenta-se como “desvios diferenciais que são a retradução simbólica de diferenças objetivamente inscritas nas condições de existência”.
[6] Hall (2005, p. 12) atribui o conceito como “Ao processo de mudança conhecido como “globalização”, e seu impacto sobre a identidade cultural [...]”, ficando, assim, definidos como Modernidade Tardia.