A PRESENÇA PROTESTANTE NA POLÍTICA NACIONAL
INSTALAÇÃO DE UM FUNDAMENTALISMO ÉTICO OU AMPLIAÇÃO DE CONQUISTAS DEMOCRÁTICAS?
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Protestantes; Estado; Fundamentalismo; Política.Resumo
A relação entre Religião e Estado é uma experiência histórica amplamente documentada e debatida na sociedade ocidental. Não obstante, no âmbito da política brasileira, é um fato relativamente recente a aproximação da religião protestante das esferas do poder político federal. O presente artigo tem como objetivo problematizar a relação entre política e religião no contexto do modelo político brasileiro, apresentando um breve resumo do percurso histórico da relação entre as instituições políticas (materializadas no Estado) e a religião protestante brasileira. A abordagem metodológica dessa discussão é basicamente documental-bibliográfica, estando estribada em duas bases. A primeira base bibliográfica discute textos de autores como Lana Lima e Ricardo Mariano sobre a presença histórica da religião na esfera pública. A segunda base bibliográfica busca dialogar com textos e artigos recentes que questionam e criticam a militância ideológica protestante nas esferas do poder político federal, assim como apontam, também, caminhos para um relacionamento frutífero e ético para os dois lados. Entrementes, o artigo apresenta e contextualiza a conflituosa relação entre Religião e Estado no cenário atual da política brasileira, bem como a possibilidade da construção de um ideário ético-religioso normatizador da sociedade brasileira. Um dos mecanismos para discutir esse cenário de proximidade dos protestantes com as esferas do poder político é lembrar algumas experiências recentes de governos totalitários que buscaram legitimidade escudando-se em princípios ético-religiosos. Finalmente, esse artigo conclui, em decorrência da aproximação acrítica da religião protestante das esferas do poder político federal, a possibilidade de legitimar governos totalitários e intolerantes com as liberdades individuais.