Chamada de trabalhos - Direitos LGBTQIAPN+ e as ofensivas políticas de Extrema-Direita
2025-04-24
[CHAMADA DE TRABALHOS - DOSSIÊS TEMÁTICOS]
A Revista COR LGBTQIA+ torna pública as chamadas de trabalhos para o dossiê temático: Direitos LGBTQIAPN+ e as ofensivas políticas de Extrema-Direita, com curadoria de Matheus de Souza Silva (UFPR), Alana Maria Passos Barreto (UFS), Lídia Nascimento Gusmão de Abreu (UFS) e Karyna Batista Sposato (UFS).
Os trabalhos devem ser submetidos pela plataforma do site (https://revistas.ceeinter.com.br/CORLGBTI/about/submissions), atendendo todas as condições e diretrizes.
Ao submeter o trabalho, deve ser informado no comentário para o editor qual o Dossiê Temático escolhido.
O prazo para submissão é: 31/07/2025.
Lembrando que a Revista possui um template para submissão de artigos científicos: https://docs.google.com/document/d/1jf8iHZT8U-qgCXM03BAfcURyQQ0rRrrUxrqaZPUnfv0/edit?tab=t.0. Ementa: O populismo autoritário de direita (Norris; Inglehart, 2019) despertou em diversas sociedades do mundo. A extrema-direita se une em torno de determinados preceitos, como: o nacionalismo e o patriotismo; o resgate de tradições; o anticomunismo e o antissemitismo; o racismo e a xenofobia contra imigrantes e minorias (Mudde, 2022). Há uma exaltação da família patriarcal com valore conservadores, o anti-intelectualismo, a vulnerabilização de grupos estigmatizados e sua desumanização e/ou extermínio (Barroco, 2022). A dimensão transnacional do fenômeno incentiva reflexões sobre suas características macroestruturais, de maneira que a difusão e a legitimação social do neoconservadorismo de feições fascistas supõem a existência de condições sociais favoráveis, dadas em momentos de crise social, quando se acirram as tensões e a luta de classes, e o poder dominante utiliza mecanismos coercitivos para impor a ordem social (Barroco, 2022). Umberto Eco (2018) analisa os regimes fascistas na Europa, considerando que existem certas características típicas do que ele denomina “fascismo eterno”, dentre elas, destaca-se a negação da diferença e da diversidade. As reações neoconservadoras ao gênero expõem os efeitos da colonialidade enquanto relação de dominação (Quijano, 2019). Por sua vez, as mídias sociais têm um papel fundamental na potencialização dessas reações, enquanto possibilitam meios de alcance as vozes dos atores interessados em promovê-los. Ainda que a liberdade de expressão seja um direito fundamental dentro dos sistemas de governo “democráticos”, o discurso, por si só, a depender de quem o emite, perpetua o controle social. Nessa perspectiva, Butler (2021) demonstra que, na hipótese de uma liberdade de expressão irrestrita, a linguagem toma força suficiente para atingir violentamente os indivíduos. Logo, o meio e a pessoa que emite o discurso também influenciam em como o receptor irá reagir a ele, além daquilo que é propriamente dito. Em vista disso, o presente trabalho se propõe a analisar discursos negacionistas contra o “gênero” por políticos populistas. A construção de uma retórica em torno do que seria a “ideologia do gênero” e seu cenário fantasmático (Butler, 2024) desnuda a necessidade de analisar como a agenda neoconservadora tem impetrado uma política moral que vulnerabiliza grupos específicos. Assim, é possível observar a maneira que sujeitos são controlados, a partir de processos subjetivos, por técnicas de linguagem (Foucault, 2014). As lutas emancipatórias de populações com cidadania precarizadas têm convivido, portanto, com dinâmicas ofensivas em prol de retirada de direitos, demonstrando a relevância em efetivar de forma mais segura os avanços nas garantias fundamentais desses grupos vulnerabilizados. Dentro do escopo do Dossiê, espera-se que os trabalhos abordem temas como: a política moral da extrema-direita nos três poderes; pânicos morais e “ideologia de gênero”; contribuições da Teoria Queer ao avanço neoconservador no Brasil; discurso de ódio à população LGBTQIA+ nas redes sociais; extrema-direita e direitos LGBTQIA+ no âmbito internacional.
REFERÊNCIAS
BARROCO, M. L. da S. Direitos humanos, neoconservadorismo e neofascismo no Brasil contemporâneo. Serviço Social & Sociedade, n. 143, p. 12–21, 2022. Disponível em: https://doi.org/10.1590/0101-6628.268. Acesso em: 04 mar. 2024.
BUTLER, J. Discurso de ódio: uma política do performativo. São Paulo: Editora Unesp, 2021.
BUTLER, J. Quem tem medo do gênero?. São Paulo: Boitempo, 2024.
ECO, H. Contra el fascismo. [S. l.]: Lumen, 2018.
FOUCALT, M. A ordem do discurso: aula inaugural no Collège de France, pronunciada em 2 de dezembro de 1970. São Paulo: Edições Loyola, 2014.
MUDDE, C. A extrema direita hoje. Rio de Janeiro: EDUERJ, 2022.
NORRIS, P.; INGLEHART, R. Cultural Backlash: Trump, Brexit, and Authoritarian Populism. Nova York: Cambridge University Press, 2019. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1017/9781108595841. Acesso em: 04 mar. 2024.
QUIJANO, A. Ensayos en torno a la colonialiadad del poder. Buenos Aires: Del Signo, 2019. Prazo: 31/07/2025.
A Revista COR LGBTQIA+ torna pública as chamadas de trabalhos para o dossiê temático: Direitos LGBTQIAPN+ e as ofensivas políticas de Extrema-Direita, com curadoria de Matheus de Souza Silva (UFPR), Alana Maria Passos Barreto (UFS), Lídia Nascimento Gusmão de Abreu (UFS) e Karyna Batista Sposato (UFS).
Os trabalhos devem ser submetidos pela plataforma do site (https://revistas.ceeinter.com.br/CORLGBTI/about/submissions), atendendo todas as condições e diretrizes.
Ao submeter o trabalho, deve ser informado no comentário para o editor qual o Dossiê Temático escolhido.
O prazo para submissão é: 31/07/2025.
Lembrando que a Revista possui um template para submissão de artigos científicos: https://docs.google.com/document/d/1jf8iHZT8U-qgCXM03BAfcURyQQ0rRrrUxrqaZPUnfv0/edit?tab=t.0. Ementa: O populismo autoritário de direita (Norris; Inglehart, 2019) despertou em diversas sociedades do mundo. A extrema-direita se une em torno de determinados preceitos, como: o nacionalismo e o patriotismo; o resgate de tradições; o anticomunismo e o antissemitismo; o racismo e a xenofobia contra imigrantes e minorias (Mudde, 2022). Há uma exaltação da família patriarcal com valore conservadores, o anti-intelectualismo, a vulnerabilização de grupos estigmatizados e sua desumanização e/ou extermínio (Barroco, 2022). A dimensão transnacional do fenômeno incentiva reflexões sobre suas características macroestruturais, de maneira que a difusão e a legitimação social do neoconservadorismo de feições fascistas supõem a existência de condições sociais favoráveis, dadas em momentos de crise social, quando se acirram as tensões e a luta de classes, e o poder dominante utiliza mecanismos coercitivos para impor a ordem social (Barroco, 2022). Umberto Eco (2018) analisa os regimes fascistas na Europa, considerando que existem certas características típicas do que ele denomina “fascismo eterno”, dentre elas, destaca-se a negação da diferença e da diversidade. As reações neoconservadoras ao gênero expõem os efeitos da colonialidade enquanto relação de dominação (Quijano, 2019). Por sua vez, as mídias sociais têm um papel fundamental na potencialização dessas reações, enquanto possibilitam meios de alcance as vozes dos atores interessados em promovê-los. Ainda que a liberdade de expressão seja um direito fundamental dentro dos sistemas de governo “democráticos”, o discurso, por si só, a depender de quem o emite, perpetua o controle social. Nessa perspectiva, Butler (2021) demonstra que, na hipótese de uma liberdade de expressão irrestrita, a linguagem toma força suficiente para atingir violentamente os indivíduos. Logo, o meio e a pessoa que emite o discurso também influenciam em como o receptor irá reagir a ele, além daquilo que é propriamente dito. Em vista disso, o presente trabalho se propõe a analisar discursos negacionistas contra o “gênero” por políticos populistas. A construção de uma retórica em torno do que seria a “ideologia do gênero” e seu cenário fantasmático (Butler, 2024) desnuda a necessidade de analisar como a agenda neoconservadora tem impetrado uma política moral que vulnerabiliza grupos específicos. Assim, é possível observar a maneira que sujeitos são controlados, a partir de processos subjetivos, por técnicas de linguagem (Foucault, 2014). As lutas emancipatórias de populações com cidadania precarizadas têm convivido, portanto, com dinâmicas ofensivas em prol de retirada de direitos, demonstrando a relevância em efetivar de forma mais segura os avanços nas garantias fundamentais desses grupos vulnerabilizados. Dentro do escopo do Dossiê, espera-se que os trabalhos abordem temas como: a política moral da extrema-direita nos três poderes; pânicos morais e “ideologia de gênero”; contribuições da Teoria Queer ao avanço neoconservador no Brasil; discurso de ódio à população LGBTQIA+ nas redes sociais; extrema-direita e direitos LGBTQIA+ no âmbito internacional.
REFERÊNCIAS
BARROCO, M. L. da S. Direitos humanos, neoconservadorismo e neofascismo no Brasil contemporâneo. Serviço Social & Sociedade, n. 143, p. 12–21, 2022. Disponível em: https://doi.org/10.1590/0101-6628.268. Acesso em: 04 mar. 2024.
BUTLER, J. Discurso de ódio: uma política do performativo. São Paulo: Editora Unesp, 2021.
BUTLER, J. Quem tem medo do gênero?. São Paulo: Boitempo, 2024.
ECO, H. Contra el fascismo. [S. l.]: Lumen, 2018.
FOUCALT, M. A ordem do discurso: aula inaugural no Collège de France, pronunciada em 2 de dezembro de 1970. São Paulo: Edições Loyola, 2014.
MUDDE, C. A extrema direita hoje. Rio de Janeiro: EDUERJ, 2022.
NORRIS, P.; INGLEHART, R. Cultural Backlash: Trump, Brexit, and Authoritarian Populism. Nova York: Cambridge University Press, 2019. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1017/9781108595841. Acesso em: 04 mar. 2024.
QUIJANO, A. Ensayos en torno a la colonialiadad del poder. Buenos Aires: Del Signo, 2019. Prazo: 31/07/2025.