A cor púrpura, de Alice Walker
compreender por que se tolera um comportamento intolerável é compreender como se pode sair dele
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direito, literatura, violência de gêneroResumo
a igualdade é uma das conquistas mais significativas da Constituição de 1988 brasileira, em seu artigo 5º, porém a visão da mulher enquanto propriedade e aquisição perante o matrimônio ainda é latente no plano concreto. Nesse sentido, vários tipos de violência de gênero são sentidas por elas, dentre elas a doméstica e o feminicídio que são formas veladas de exploração dos corpos femininos, causando não raras vezes, a morte. Embora a Lei nº 11.340/06 conhecida como Lei Maria da Penha enquadre a violência física, psicológica, sexual, patrimonial e moral no artigo 7º, tal tipificação não se mostra suficiente à proteção da mulher. Dessa maneira, a literatura contribui no sentido de denunciar as relações de dominação, trazer relatos de abusos, entre outras formas que proporcionam reflexão aos seus leitores. No mesmo sentido, o presente ensaio parte do ponto de vista do romance A cor púrpura, de Alice Walker, que retrata a dura vida de Celie, uma mulher negra, pobre e praticamente analfabeta do sul dos Estados Unidos da primeira metade do século XX. Dessa forma, foi utilizado o método hipotético-dedutivo, partindo da manifestação da violência de gênero da sociedade, chegando na história daquela jovem que conviveu durante toda sua vida com a opressão que muitas mulheres fora do ambiente fictício vivem. Portanto, busca-se entender toda a estrutura do sistema patriarcal, os efeitos da violência contra corpos femininos no âmbito brasileiro e medidas para sanar esse óbice.