DOMÍNIO DE CIDADES E BANDITISMO SOCIAL
CANGAÇO NOVO (2023) E BACURAU (2019)
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https://doi.org/10.56579/rihga.v3i1.1662Palavras-chave:
Domínio de cidade, Banditismo Social, Cangaço Novo, BacurauResumo
Os fenômenos do cangaço e do banditismo social no Nordeste brasileiro povoam o imaginário e a inventividade em diversas produções artísticas, inclusive como influências indiretas no cinema como o filme Bacurau (2019). Além de chamar atenção do campo da segurança pública como fenômeno recentemente novo das dinâmicas criminais. Um outro fenômeno, relativamente novo, ganha projeção nas telas do streaming: O domínio das cidades, prática de modalidade de roubos e furtos contra bancos de pequenas cidades é apresentada de forma ficcional na série Cangaço Novo (2023). Por meio de uma investigação de cunho qualitativo, levantamento bibliográfico e por meio da análise fílmica comparada, com aproximações entre cinema e ciências sociais, considerando o contexto de produção e os possíveis referenciais das obras, objetiva-se analisar os entrecruzamentos de ambas as produções em torno de problemas como as referências ao fenômeno do cangaço, o espetáculo da violência, o problema do pertencimento e identidade, e dos cenários narrativos compostos de territórios em regiões com ausência total ou parcial de efetivo policial. Abordamos as formas como as produções simbólicas e discursivas sobre os fenômenos do cangaço como banditismo social e do domínio de cidades aparecem respectivamente nas obras Bacurau e Cangaço Novo.
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