A BIOLOGIA COMO CIÊNCIA RESPONSÁVEL PELO RACISMO ESTRUTURAL:
ASPECTOS HISTÓRICOS, CIENTÍFICOS E POLÍTICO-FILOSÓFICOS
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Racismo científico, Racismo estrutural, Teorias raciais, BiologiaResumo
O objetivo do estudo aborda aspectos importantes sobre como a biologia foi utilizada para legitimar o racismo estrutural presente atualmente no Brasil. Para isto, foi realizada uma pesquisa sobre como as então ciências: Eugenia, higiene, sanitarismo, frenologia, darwinismo social e antropologia criminal, consideradas como as Teorias Raciais do Século XIX, utilizaram os aspectos biológicos para justificar uma suposta superioridade de grupos humanos sobre outros, sobretudo de brancos sobre não brancos. Nesse sentido, para um completo entendimento foi necessário também abordar no estudo os aspectos históricos, como a escravidão, a conferência de Berlim com consequente partilha da África pelos países europeus, colonialismo e imperialismo, situação europeia e brasileira em fins do século XIX e início do século XX. Os mitos da democracia racial e do fardo do homem branco ajudam a entender a legitimação da superioridade branca que se buscava. Como embasamento teórico, filosófico e político, o artigo traz Michel Foucault com a biopolítica, o poder e o racismo de Estado, Giorgio Agamben com a vida nua, Achille Mbembe com a necropolítica e Judith Butler com a precariedade, que com seus conceitos ajudam a entender e refletir sobre o tema e suas reverberações para a atualidade do racismo brasileiro. Como reflexões finais, trazemos que a biologia, enquanto ciência, não pode ser culpabilizada, no entanto, é inegável que foi utilizada por intelectuais brasileiros para legitimação da superioridade branca e ajudou na instituição do racismo estrutural, individual e institucional no Brasil.