PANDEMIA COVID-19, OCPC E FORMAÇÃO CONTINUADA DOS PROFESSORES DO CEARÁ
UMA ANÁLISE CRÍTICA
Visualizações: 71Palavras-chave:
Formação de Professores, Pandemia da Covid-19, ; Orientações Curriculares Prioritárias do CearáResumo
A partir de março de 2020 o mundo passou a viver uma crise sanitária causada pelo Novo Coronavírus – SARS-COV-2. Visando evitar a transmissão em massa da Covid-19 à população, os governos decretaram medidas de isolamento e distanciamento social, tendo como consequência o fechamento temporário do comércio e de instituições que geram aglomerações de pessoas. Com o fechamento das escolas, o governo federal divulgou a Portaria nº 343/2020, dispondo sobre a continuidade das aulas mediante o uso de meios digitais. No Ceará, a formação continuada docente passou a ocorrer de forma virtual e assentou-se na implementação das Orientações Curriculares Prioritárias do Ceará (OCPC), que consistem em um recorte do Documento Curricular Referencial do Ceará (DCRC), elaborado a partir da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Este estudo tem como objetivo analisar criticamente as implicações da implementação das OCPC na formação docente das escolas públicas municipais cearenses no período da pandemia Covid-19. Para tanto, tomou o materialismo histórico-dialético como método de pesquisa, o qual contribui para o desvelamento do real, apoiando-se em uma pesquisa teórico-bibliográfica fundamentada em Marx (2010; 2013; 2016), Freitas (2018), Shiroma et al (2011), Mendes Segundo e Jimenez (2015), Rabelo et al (2015), dentre outros; e em uma pesquisa documental, tendo como base as OCPC. As análises apontam que a implementação das OCPC teve como desdobramento uma formação docente precarizada, tecnicista, marcada pelo engessamento da prática docente, a qual reforça a perda da autonomia dos professores ao aplicarem atividades apostiladas; acentua o estreitamento curricular que já vem ocorrendo a partir das exigências relativas ao cumprimento de metas – ditas – de “aprendizagem” mensuradas pelos sistemas de avaliações externas; e incide sobre o cumprimento da agenda imposta pelos organismos multilaterais para a educação que, mesmo diante da crise sanitária, busca continuar com o projeto de formação humana nos moldes do mercado capitalista.