O ENSINO DE HISTÓRIA E O AUTORITARISMO NAS ESCOLAS

O RECONHECIMENTO DAS IDENTIDADES RELIGIOSAS E CULTURAIS NA COMUNIDADE DE BRAZ DE PINA

Resumo

O presente trabalho faz parte do projeto História Local e o ensino das Humanidades: do reconhecimento à valorização da comunidade escolar e de seus sujeitos históricos, uma parceria de professores e graduandos em História da Universidade Estadual do Rio de Janeiro e docentes e discentes do Colégio Estadual Professor José de Souza Marques. No presente evento, iremos mostrar parte da pesquisa que encontra-se em desenvolvimento. Portanto, destacaremos os grupos e instituições religiosas, de diversas denominações e matrizes, com atenção especial para aqueles que além da atuação religiosa desenvolvem projetos sociais para a comunidade de Braz de Pina e em seu torno, bairro onde está situado o referido colégio. Além disso, mostraremos as manifestações culturais com maior expressão na região, como os grupos de atuação social, religiosa, rodas de samba, grupos de capoeira, bailes funk, bem como um mapeamento das comunidades de imigrantes africanos que ali residem, como angolanos, congoleses e camaroneses. Tendo em vista, o retrocesso que vivemos, na esfera dos direitos e políticas públicas, buscaremos compreender o ensino de História e o processo de autoritarismo nas escolas, sobretudo, as perseguições religiosas, aos docentes e discentes de religiões afro-brasileira. Assim, examinaremos os confrontos entre as lógicas de socialização existentes no espaço escolar e a necessidade de uma educação antirracista. No decorrer da pesquisa, estaremos utilizando como principal metodologia as entrevistas, tendo como base a importância da história oral, para reavivarmos a memória do bairro do subúrbio carioca. E em conjunto, pesquisaremos publicações sobre Braz de Pina em jornais e revistas do século XX, na Biblioteca Nacional. Desta forma, buscaremos mostrar o chão da escola, em todos os seus espaços, como possibilidades e estruturas, a fim de desenvolvermos experiências e processos seminais para uma progressiva desestabilização das ações discriminatórias, sofridas em grande parte por estudantes das unidades de ensino público presentes nas favelas do Rio de Janeiro, locais duramente marcados pelo Estado repressor. Nesse contexto, há uma imensa população afrodescendente, vítimas diárias das condições sociais, que caminham pelos corredores das escolas públicas, muitas dessas sem a devida estrutura para o atendimento pedagógico adequado. Por fim, com o crescimento do conservadorismo nos últimos anos, nossos debates ficaram cada vez mais complicados, seja por conta da agressividade dos discursos construídos contra os (as) professores (as), como inimigos da nação, a fim de destruir os bons costumes e a chamada família tradicional brasileira, ou através das famosas “fake news”. Nesse sentido, nossa pesquisa torna-se necessária para combater o processo de desdemocratização vigente em nossa sociedade. E legitimar os discursos relacionados aos direitos humanos contra hegemônico e decolonial.