De preconceito à discriminação
desafios de activismo LGBT em Moçambique | Entrevista com activista feminista Roberto Paulo
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movimento feminista, activismo digital, LGBT, preconceito, discriminação.Resumo
a presente comunicação é uma parte da fase empírica de tese (em curso) do Programa Doutoral em Estudos Culturais, do Centro de Línguas, Literaturas e Culturas, do Departamento de Línguas e Culturas, da Universidade de Aveiro. O seu propósito é analisar o processo de apropriação das plataformas digitais, pelo movimento feminista, no âmbito de promoção do seu activismo, em Moçambique. Em conexão com a natureza do campo da investigação, optamos por metodologia de cariz qualitativo. Para tal, procuramos a literatura
crítica que pudesse suportar-nos na compreensão da temática em alusão, tendo, seguidamente, partido para pesquisa empírica, observando, na rede social Facebook, a página da organização feminista Associação LAMBDA, uma organização moçambicana que advoga pelos direitos humanos das pessoas LGBT em Moçambique. A sistematização dessa observação permitiu o levantamento de questões que serviram de base para elaboração de guião de entrevista em profundidade, realizada com a liderança dessa associação, Roberto Paulo. Da conversa, que durou cerca de duas horas, em 24 de Janeiro de 2022, na sala de reuniões da Associação, as informações recolhidas levam a considerar que o movimento LGBT em Moçambique apropria-se das plataformas digitais, no seu activismo e o Facebook é uma rede social com poder de não só possibilitar a quebra de barreiras geográficas, como também e sobretudo permite um feedback permanente dos membros
das organizações activistas e a sua articulação com a sociedade. Por outro lado, de acordo comos mesmos
dados, devido ao forte preconceito e discriminação sociais que enfrenta, e não obstante a sua existência, o
sucesso do activismo LGBT demonstra-se como uma realidade (ainda) distante, em Moçambique.