LETRAMENTOS DE REEXISTÊNCIA
PRÁTICAS SOCIAIS NUMA ESCOLA PÚBLICA DE FORTALEZA
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https://doi.org/10.56579/eduinterpe.v1i1.1995Palavras-chave:
Jogos de linguagem, Letramentos de reexistência, Literatura MarginalResumo
Com a ampliação das escolas de tempo integral no Ceará, surgiu, por meio da Secretaria de Educação do referido estado, a oferta de disciplinas optativas em regime semestral, conhecidas como eletivas, a fim de que os alunos tivessem acesso a conteúdos que extrapolassem os parâmetros curriculares nacionais. Considerando que os textos literários presentes nos livros e sugeridos pelos currículos escolares são produzidos, em sua grande maioria, por escritores homens, brancos e privilegiados econômica e academicamente, viu-se a necessidade de discutir, no contexto escolar, sobre produções marginalizadas, inclusive as manifestações poéticas orais contemporâneas, além de outros elementos que envolvem a linguagem. Dessa forma, os objetivos dessa prática envolvem apresentar alguns letramentos de reexistência do projeto Literatura Marginal e Música de uma escola pública de Fortaleza -CE além de identificar os jogos de linguagem como saraus, batalhas de rap, slams e bailes de reggae nos espaços escolares como estratégias de valorização da diversidade cultural e de enfrentamento de discriminações. A pesquisa adota a abordagem da investigação-ação, ancorada no método cartográfico, que permite acompanhar o desenvolvimento das práticas de letramento ao longo do processo. O método cartográfico, ao compreender a produção de dados de forma processual e coletiva, possibilita a construção do conhecimento em sintonia com os sujeitos envolvidos, respeitando a fluidez das interações e a dinâmica sociocultural dos estudantes. Esse método se mostra adequado ao objeto de estudo, pois permite registrar e analisar as experiências vividas pelos alunos na eletiva Literatura Marginal, bem como as ressignificações que fazem dos jogos de linguagem presentes em suas práticas cotidianas. Para fundamentar nossa proposta, temos como base os conceitos de jogos de linguagem (WITTGENSTEIN, 1959), de letramentos (KLEIMAN, 1995) e de letramentos de reexistência (SOUZA, 2011). À luz desses teóricos e com base nas discussões e práticas de letramento desenvolvidas na eletiva de Literatura Marginal, considera-se que a escola, sobretudo a pública, precisa ser um espaço de reconhecimento e não de estranhamento ou repulsa para os alunos, de forma que haja conexão entre o currículo escolar e as práticas socioculturais dos discentes.