VIOLÊNCIAS, DESIGUALDADES E INDISCIPLINA
UM ESTUDO SOBRE A REALIDADE ESCOLAR
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https://doi.org/10.56579/eduinterpe.v1i1.1990Palavras-chave:
Violências, Desigualdades, Indisciplina, Disciplina, Práticas EscolaresResumo
A escola deve oferecer oportunidades educacionais igualitárias para todos os estudantes, independentemente de sua condição socioeconômica, étnica, de gênero ou religião, nela há a necessidade de políticas e práticas que busquem minimizar desigualdades e discriminações, que sejam capazes de promover um ambiente inclusivo e equitativo. Sendo uma instituição complexa, a escola produz e reproduz o conhecimento e muitos outros papéis e modelos, influenciando não apenas o que é ensinado, mas também como o conhecimento é construído e quem tem acesso a ele. Desempenha um papel fundamental na formação, regulação e controle dos indivíduos na sociedade, sendo percebida como um ambiente onde os estudantes são moldados e disciplinados para se adequarem às normas sociais. O comportamento considerado indisciplinado pela escola é tudo o que foge ao determinado pela sociedade como modelo que deve ser reproduzido pelos estudantes, rejeitando o que está sendo imposto, desafiando a lógica disciplinar que busca moldar os estudantes como um corpo dócil e útil à sociedade. O presente estudo tem como base metodológica a pesquisa bibliográfica, utilizando autores como Corrêa et al. (2018), Freire (1998) e Foucault (2002) para embasamento teórico e a pesquisa de campo, que está sendo conduzida em escolas públicas localizadas no Município de Japeri (RJ) que oferecem da Educação Infantil ao 5º ano de escolaridade. Algumas escolas desse cenário enfrentam em seus cotidianos diversas dificuldades, como a falta de espaço, número excessivo de alunos, poucos funcionários, violência externa no entorno e falta de recursos materiais. Há diferentes conceitos sobre o que é disciplina e há também diversas opiniões e explicações sobre o que realmente causa a indisciplina. Em alguns casos, a indisciplina é vista como consequência de questões presentes no meio em que os discentes vivem, tais como pobreza, violência, falta de oportunidades e acesso a recursos básicos. Em outros casos os educandos são considerados indisciplinados em decorrência das relações produzidas dentro da escola que, com seu caráter repressor e regulador, refletem diretamente no comportamento dos alunos. A organização da escola pública e sua estrutura curricular pouco se alteraram desde a sua invenção. Os paradigmas que orientam as práticas escolares têm como referência uma atuação excludente e elitista, reforçando o privilégio para poucos em detrimento de muitos e valorizando conhecimentos que refletem a cultura, história e interesses das classes sociais mais favorecidas, enquanto ignora, desconsidera e marginaliza as contribuições e perspectivas das classes populares, minorias étnicas, indígenas e outros grupos, reforçando desigualdades sociais e perpetuando a exclusão de grupos que já enfrentam desvantagens. As violências e desigualdades sofridas pelos alunos, e a indisciplina presente no ambiente evidenciam como a escola se insere em um contexto amplo de tensões sociais, refletindo e reproduzindo dinâmicas estruturais de desigualdade. Esses elementos estão interligados de forma complexa, criando desafios para a construção de um ambiente escolar inclusivo e equitativo, reforçando a necessidade de uma abordagem educacional que vá além da transmissão de conteúdos. É preciso considerar o papel da escola como agente transformador, capaz de combater desigualdades.