EQUIDADE DE GÊNERO, LETRAMENTO RACIAL E TDICS NO PROCESSO DE ORIENTAÇÃO À ESTUDANTES DE PRÉ-INICIAÇÃO CIENTÍFICA
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https://doi.org/10.56579/eduinterpe.v1i1.1935Palavras-chave:
Gênero, Interseccionalidade, Raça, TDICResumo
Por meio do programa Jovens Talentos/2024, fomentado por edital Faperj, duas estudantes negras do curso Técnico em Informática foram selecionadas como bolsistas de Pré-Iniciação Científica. A investigação dessas estudantes é relacionar as habilidades dos jovens com as demandas do mercado de trabalho, o que fomenta perguntas como: Quais são as demandas do mercado de trabalho, em relação às habilidades nas Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação? Quais recursos nossos estudantes dominam em TDIC e quais carecem ser trabalhados? Como aumentar a possibilidade de inserção das meninas no mercado de trabalho? As estudantes encontram-se em processo de investigação dos questionamentos levantados. Porém, algumas questões se apresentam quanto ao papel da orientadora. Como promover o fortalecimento dessas meninas negras nos ambientes profissionais e científicos? Assim, a proposta de letramento científico destas duas estudantes se faz intencionalmente associada às questões de gênero e racial, no contexto da interseccionalidade. Akotirene (2019, p. 118) relaciona a interseccionalidade como “a maneira sensível de pensar a identidade e sua relação com o poder”. Em termos práticos, uma mulher negra e periférica, encontrará ainda menos proteção institucional e menos oportunidades de empregos, do que uma mulher branca ou um homem negro. Estabelecendo a seguinte pergunta de pesquisa: O letramento racial pode contribuir para a formação profissional de bolsistas de pré-iniciação científica? Coloca -se como objetivo geral, analisar as perspectivas das bolsistas de pré-iniciação científica após ações de letramento racial. Por conseguinte, três objetivos específicos: discutir sobre discriminação racial nas mídias sociais, discutir as barreiras encontradas por mulheres nas ciências e relatar experiências sob a ótica interseccional. A abordagem desta pesquisa é qualitativa, de característica fenomenológica, procurando entender o significado das novas experiências vivenciadas pelas bolsistas durante a pré-iniciação científica. Para realização dos objetivos específicos desempenhou-se a leitura de dois livros: “Pode um robô ser racista?”, organizado por Bahia (2024), e em seguida “Mulheres na Ciência”, organizado por Oliveira, Roque (2024). A leitura foi gradual e a cada 15 dias reuniam-se as bolsistas e a orientadora. Os apontamentos eleitos pelas bolsistas foram coletados para análises posteriores. Como resultados parciais percebeu-se maior comprometimento das bolsistas nas atividades remotas, além de desenvoltura mais assertiva nas saídas técnicas e nas apresentações. As alunas apresentaram o projeto em sua fase inicial intitulado “Meninas e TIDC no Mercado de Trabalho – Desdobramentos do projeto Gaia SuSTEMtável,” na feira Rio Innovaction Week 4ª edição 2024; coletaram dados junto aos estudantes da unidade escolar a respeito de habilidades em TDIC; realizaram visita técnica aos laboratórios na UERJ Campo Grande, RJ e atualmente estão elaborando uma oficina de TDIC. Considerando que a investigação está em processo de finalização, acredita-se que a formação complementar de meninas negras sob a lente da interseccionalidade, contribui para autonomia crítica e respeitosa com toda diversidade étnica e cultural.