IMPLEMENTAÇÃO CURRICULAR
PERCEPÇÃO DOS PROFESSORES DO 5º ANO DOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL DE UMA ESCOLA MUNICIPAL DE CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM-ES
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https://doi.org/10.56579/eduinterpe.v1i1.1928Palavras-chave:
Anos Iniciais, Implementação Curricular, Percepção DocenteResumo
O currículo é um elemento essencial no contexto escolar, servindo como guia para as atividades educacionais, desde o planejamento até a execução do ensino em sala de aula (Arroyo, 2013). Portanto, o presente estudo foi realizado com o objetivo de analisar como os professores que atuam com os 5º anos dos anos iniciais do Ensino Fundamental de uma escola da rede municipal de Cachoeiro de Itapemirim-ES compreendem a implementação da BNCC enquanto política educacional curricular. A fundamentação teórica desta pesquisa foi pautada nas concepções de Arroyo (2013) e Gómez (2015) sobre currículo, bem como na Pedagogia Histórico-Crítica de Demerval Saviani (2011). A metodologia adotada é de natureza qualitativa (Minayo, 2009), configurando-se como um estudo de caso. O campo de pesquisa foi uma escola da rede municipal de Cachoeiro de Itapemirim-ES, onde foram entrevistados cinco professores dos 5º anos do Ensino Fundamental, que participaram voluntariamente e assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). A construção dos dados foi baseada na consulta documental (Lei de Diretrizes e Bases da Educação - LDB 9.394/96, a Base Nacional Comum Curricular - BNCC, 2018 e o Currículo Capixaba, 2024); na realização de entrevista sob o formato de duas rodas de conversa de no máximo 50 minutos de duração com os entrevistados, partindo de eixos temáticos e perguntas disparadoras que abarcaram o objetivo da pesquisa; a observação participante e o diário de campo. Todas as falas e narrativas foram gravadas em áudio, posteriormente transcritas e analisadas na perspectiva da Análise de Discurso que Fiorin (2022) conceitua como semântica do discurso que é produzida por meio de estruturas linguísticas em contextos específicos de interação. Foram analisadas as estruturas linguísticas e como elas são mobilizadas e interpretadas nos contextos sociais e culturais nas quais são produzidas. Por isso, foi considerado o discurso expresso em palavras, pausas, silêncios, gestos e demais expressões que geraram sentido às narrativas e diálogos. O que permitiu compreender que a implementação curricular orientada pela perspectiva de homogeneidade, norteia a organização do contexto escolar no que abarca a seleção dos conteúdos, a rotina, o planejamento e a prática docente, também o processo avaliativo. Entretanto, diante da demanda de contextualizar conteúdos às habilidades e competências de modo a alcançar índices para quantificar a qualidade da educação, a autonomia docente e a construção do aprendizado do aluno ficam comprometidos, pois professores e estudantes ficam condicionados a aplicar e realizar avaliações internas e externas. Assim, o currículo é imposto pela camada dominante para que a classe dominada não se emancipe, impedindo que o espaço escolar seja o ambiente profícuo à acessibilidade de conhecimentos associados ao contexto social e suas especificidades para que se possa intervir e modificá-lo.