FAMÍLIAS E TERRITÓRIOS
DIÁLOGOS NECESSÁRIOS
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Território, Violações de Direitos, FamíliasResumo
Este estudo tem como objetivo verificar as violações de direitos presentes no território de moradia das famílias acompanhadas pelo Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS) do Recife a partir da análise de dados de pesquisa qualitativa. Entende-se por território o espaço geográfico de moradia assentado no campo das relações humanas e sociais. Nesse lugar, se conflui diálogos de grupos na construção de identidades com características da cultura local, hábitos, costumes. Nesse espaço de interlocução emergem lutas, conflitos, organização comunitária, lideranças. A crise socioeconômica brasileira agrava a situação de pobreza em determinados territórios potencialmente marcados pela violência social. São famílias que se encontram em espaços geográficos que vivem os desafios cotidianos da luta por sobrevivência no direito à dignidade humana: moradia, saúde, lazer, educação, trabalho e renda, transporte coletivo. A Emenda Constitucional 95/2016, política proposta que reduz os investimentos das políticas públicas sociais e traz o agravamento das violações de direitos: trabalho infantil, mendicância, aliciamento para o tráfico de drogas, crianças e adolescentes em situação de rua. Portanto, o estudo teve como investigação o campo do risco social que permeiam as relações nos territórios de Santo Amaro e Joana Bezerra, local de moradia das famílias acompanhadas pelos profissionais da Assistência Social. Esses bairros são recortados pelas situações de pobreza e violência visíveis no cotidiano da periferia do Recife. Para tanto, buscou-se problematizar a seguinte questão: Quais as violências que se apresentam no cotidiano do território de moradia? Nessa direção, merece atenção os dados produzidos pelo estudo do Atlas da Violência: retrato dos municípios brasileiros, 2019 ao apontar os índices de violência letal na cidade do Recife na totalidade de todos os bairros. A importância desse trabalho nos faz pensar as violações de direitos nos territórios periféricos que segregam vidas à situação de morte.