O SERVIÇO SOCIAL E ARTE COMO ESTRATÉGIA DE MEDIAÇÃO E RESISTÊNCIA ÀS VULNERABILIDADES JUVENIS

Resumo

: Este artigo discorre sobre uma experiência de intervenção em Serviço Social com jovens de periferia no Centro de Referência de Assistência Social Norte, do município de Porto Alegre, através de oficinas de arte. Através delas, possibilitou-se o despertar da consciência crítica acerca da realidade de desigualdades vivenciadas, mas também possibilidades de resistência frente às opressões. A juventude periférica emerge como um fenômeno moldado pelas interações sociais, que simultaneamente a impulsionam e a limitam. Portanto, para compreender a juventude na sua totalidade, necessita-se considerar sua heterogeneidade, para além do recorte etário, considerando as interseccionalidades de gênero, raça, etnia, classe social, nacionalidade, condição física, território, entre outras. A produção decorrente dessas oficinas evidenciou elementos de racismo estrutural, machismo, violência de gênero, tráfico de drogas, entre outros. A resistência foi evidenciada através da potencialização de novos projetos de vida, impulsionados pelo uso da arte como estratégia de mediação e resistência às vulnerabilidades juvenis. As experiências foram analisadas à luz do método histórico-dialético crítico. Por fim, conclui-se que há necessidade de abordagens que reconheçam e combatam as múltiplas camadas de discriminação que impactam a população jovem em sua diversidade, promovendo políticas públicas mais equitativas e inclusivas.