A UTILIZAÇÃO DO LIVRO DIDÁTICO NAS AULAS DE CIÊNCIAS

REFLEXÕES A PARTIR DE UMA VIVÊNCIA DISCENTE NO ESTÁGIO SUPERVISIONADO

Resumo

Este trabalho analisa o uso do livro didático (LD) nas aulas de Ciências em uma escola da zona urbana de Cametá/PA, com base na experiência vivenciada durante o estágio de regência no 8º ano. O objetivo foi compreender como o LD é utilizado, sua frequência e os efeitos na participação dos alunos. A pesquisa adotou abordagem qualitativa, fundamentada em autores como Bogdan e Biklen (1994) e Lüdke e André (1986), com observações diretas da prática pedagógica. Constatou-se que o LD era o principal recurso didático utilizado, com aulas baseadas na leitura e explicação dos conteúdos, sem o uso de metodologias ativas ou materiais complementares. Essa abordagem tradicional resultou em pouco engajamento, desinteresse e baixa participação dos estudantes. A prática docente observada tratava o LD como fonte única de conteúdo, limitando a mediação do professor e desconsiderando os diferentes estilos de aprendizagem. Os dados apontam para a necessidade de diversificação metodológica e uso crítico do LD, como defendem autores como Lopes (2007), Saviani (1996) e Delizoicov e Carvalho (2002), que destacam a importância da mediação pedagógica, da contextualização dos conteúdos e do papel investigativo no ensino de Ciências. Conclui-se que, embora o LD seja um recurso importante, seu uso exclusivo compromete a qualidade do ensino. Cabe ao professor adaptar esse material à realidade da turma, promovendo uma aprendizagem mais significativa e participativa.