DESAFIOS DA UNIVERSALIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO BILÍNGUE NO BRASIL

POR UMA EDUCAÇÃO BILÍNGUE INCLUSIVA E NÃO ELITISTA

Resumo

Este trabalho almeja refletir sobre o ensino de línguas nas escolas bilíngues que, conforme denominado por Bolzan (2014), acontecem em instituições que são “Escolas Bilíngue Elite”, porque a educação bilíngue se concentra nas escolas voltadas para as classes média e alta.  Entretanto, a globalização e o capitalismo acarretaram a valorização do conhecimento da língua inglesa, e, como defendido por alguns atores, o inglês se tornou a língua franca. Por isso, diversas instituições escolares privadas, voltadas para a elite, adotam a educação bilíngue desde o primeiro ciclo da educação infantil, a fim de oportunizar às crianças a aprendizagem desse idioma desde seus primeiros anos de vida. Todavia, as mensalidades dessas instituições são elevadas, e não existem regulamentações que determinem a implementação do ensino bilíngue em todas as escolas brasileiras públicas para crianças. Assim, essa forma de educação não atinge toda a população brasileira. Diante desse panorama, os propósitos deste artigo consistem em analisar a educação bilíngue no contexto da educação básica e abordar a sua tendência em atender predominantemente a elite. Para isso, utiliza-se abordagem qualitativa, por meio da revisão bibliográfica, para analisar e sintetizar as discussões existentes sobre educação bilíngue, acesso e equidade no contexto brasileiro. Foram examinadas fontes acadêmicas e documentos oficiais relacionados ao tema, buscando compreender as políticas educacionais e as práticas existentes. Os resultados destacam a concentração da educação bilíngue nas chamadas “Escolas Bilíngues Elite”, que atendem principalmente as classes média e alta da sociedade. A falta de regulamentações e investimentos públicos limita o acesso à educação bilíngue para a maioria da população brasileira, resultando em disparidades socioeconômicas no acesso ao ensino de línguas estrangeiras desde a infância.