MEMÓRIAS E EXPECTATIVAS DAS CRIANÇAS NA TRANSIÇÃO DA EDUCAÇÃO INFANTIL PARA O ENSINO FUNDAMENTAL

Autores

  • MARIA SILVIA PINTO DE MOURA LIBRANDI DA ROCHA Pontifícia Universidade Católica de Campinas
  • VINICIUS LEONEL CERQUEIRA SOUTTER Pontifícia Universidade Católica de Campinas https://orcid.org/0009-0007-8503-9359

Palavras-chave:

educação infantil;, ensino fundamental, transição

Resumo

Trata-se de pesquisa sobre o tema da transição das crianças da Educação Infantil (EI) para o Ensino Fundamental (EF). O objetivo é analisar memórias e expectativas sobre experiências nestas duas etapas e na transição entre elas. Os objetivos específicos são: (i) explorar a relevância do instrumento mediador (jogo) como recurso para favorecer a expressão de memórias e expectativas quanto à vida escolar e (ii) analisar se o compartilhamento destas memórias entre pares oportuniza (re)elaborações que contribuam para a transição. O trabalho fundamenta-se na teoria Histórico-Cultural, destacando-se a importância da linguagem e do diálogo como instrumentos para mediar as memórias e expectativas e para permitir (re)elaborações sobre as vivências que compõem a trajetória de vida de cada criança, especialmente relevantes neste processo de transição. A metodologia é qualitativa e foi realizada pela aplicação de um jogo de regras projetado para a pesquisa. Trata-se de um jogo com perguntas relativas a situações representadas por imagens, a partir das quais se estimula as crianças a interpretarem o que pode estar ocorrendo, a narrarem se já experienciaram/observaram algo semelhante e a indicarem se a situação da imagem ocorre na EI ou no EF. As partidas foram realizadas em grupos de 4 a 6 crianças, mediadas pelo pesquisador, vídeo-filmadas e transcritas seletivamente. As análises foram feitas pela perspectiva microgenética, com eixos construídos a posteriori. Com o trabalho analítico, é possível identificar a importância de criar situações de diálogo entre as crianças para que possam contrastar percepções sobre: (i) a escola como um lugar chato, com muitas atividades difíceis para fazer, mas também alegre e com brechas para criarem brincadeiras e diversão; (ii) a professora como figura de apoio, mas também como autoridade que impõe muitas restrições. É importante reconhecer que para as crianças, o primeiro ano é representado, predominantemente, como um contexto de violência/bullying, de manifestações de preconceito de gênero, de atividades cansativas. As crianças indicaram todas as situações que representavam conflitos como ocorrentes no EF.  Espera-se que os resultados permitam aprofundar (i) conhecimentos sobre a relevância de (re)elaborações no período final de frequência na EI e na iminência de ingresso no primeiro ano do EF e (ii) conhecimentos sobre práticas pedagógicas mediadoras que contribuam para que este processo possa ser vivenciado com segurança pelas crianças. A pesquisa contou com apoio da Fapesp Proc. 2024/13963-6.

Biografia do Autor

VINICIUS LEONEL CERQUEIRA SOUTTER , Pontifícia Universidade Católica de Campinas

Graduando em Psicologia. Pesquisador de Iniciação Científica bolsista FAPESP.

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Publicado

2025-05-18