BRINQUEDOS NA EDUCAÇÃO DE BEBÊS E A OPINIÃO DOS GRADUANDOS EM PEDAGOGIA

Resumo

A Educação Infantil (EI), ao ser considerada parte da Educação Básica, reflete o reconhecimento de que os primeiros anos de vida são essenciais para o desenvolvimento físico, psicológico, intelectual e social do bebê entre zero a um ano e seis meses. Considerando a Teoria Bioecológica de Bronfenbrenner, os educadores e os ambientes voltados para essa faixa etária têm importante papel na organização de espaços e atividades, incluindo com brinquedos que contemplem os objetivos de aprendizagem e desenvolvimento da criança. Dessa maneira, é essencial que a formação desses profissionais inclua a prática pedagógica com brinquedos na educação de bebês. Esta pesquisa tem por objetivo verificar a percepção de graduandos de Pedagogia com relação à sua formação para o uso de brinquedos durante as práticas pedagógicas com bebês nas instituições de EI. Para tal, 27 graduandos de cursos de Pedagogia do Brasil que assinaram o termo de consentimento responderam a um questionário na plataforma Google Forms, com questões fechadas, sendo que os dados foram analisados por estatística descritiva. Os resultados apontaram que 95,51% dos participantes acreditam que as atividades com brinquedos têm relação com a aprendizagem da criança no ambiente educacional, sugerindo o reconhecimento da importância dessas atividades para promover o desenvolvimento e a aprendizagem dos bebês. A maioria dos participantes (55,6%) relaciona essas atividades a objetivos educacionais, 37% acreditam que envolvem o cuidado e a educação, e 7,4% apenas como atividades de cuidado. Os dados sugerem que é necessário maior entendimento quanto aos benefícios que as atividades com brinquedos podem proporcionar aos bebês, especialmente na área da psicomotricidade, com a aprendizagem de habilidades essenciais no contexto escolar e nas atividades de vida diária. As atividades com brinquedos auxiliam na expressão de sentimentos, desenvolvimento da autonomia, motor e cognitivo, bem como na linguagem e compreensão do ambiente circundante. Para isso, considerar as características dos brinquedos (textura, função, faixa etária apropriada e estímulos auditivos, visuais e táteis) é relevante para todos os graduandos que participaram da pesquisa, evidenciando a relevância de oferecer brinquedos de qualidade em atividades intencionais e planejadas. Com relação à participação nas atividades, 92% concorda que a criança deve participar de forma livre, enquanto 63,3%, de forma dirigida. Os futuros professores devem saber que essas atividades, independente de serem livres ou dirigidas, precisam ser planejadas e organizadas para que não se associem à distração e diversão, mas sim ao aprendizado de competências e habilidades. Apesar dos participantes perceberem a relação entre as atividades com brinquedos e a aprendizagem da criança, tal entendimento ainda mostra-se incipiente. As instituições infantis, ao oferecerem atividades com brinquedos, organizados e planejados por educadores com formação qualificada, possibilitam a estimulação do desenvolvimento motor, cognitivo e psicossocial do bebê. Considerando a Teoria Bioecológica de Bronfenbrenner, há necessidade de maior atenção à formação dos pedagogos para que as práticas pedagógicas com brinquedos sejam oferecidas baseadas em conhecimentos sobre o desenvolvimento infantil e as necessidades dos bebês, proporcionando atividades intencionais e que vão ao encontro dos objetivos propostos pela Base Nacional Comum Curricular.