ENSINO DO CICLO DA ÁGUA POR MEIO DE ESTRATÉGIAS INCLUSIVAS
UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Palavras-chave:
Ciclo da água, Educação inclusiva, Ensino lúdico, Experiência prática, Transtorno do Espectro AutistaResumo
O relato de experiência descreve uma ação extensionista conduzida por discentes do curso de Pedagogia da UEPB, polo Pombal/PB, realizada com alunos do 2º ano do Ensino Fundamental I, incluindo uma criança com Transtorno do Espectro Autista (TEA), em uma escola do município de Aparecida/PB. O objetivo foi ensinar, de forma lúdica e acessível, os conceitos de evaporação, condensação e precipitação, destacando a importância da preservação da água para os seres vivos. A metodologia utilizada compreendeu diferentes etapas, com o intuito de garantir a participação ativa de todos os alunos, promovendo a inclusão da criança com TEA. A inclusão, compreendida como um direito de todos à aprendizagem em um ambiente equitativo, é defendida por autores como Mantoan (2003), que destaca a importância de práticas pedagógicas que reconheçam e valorizem a diversidade. Inicialmente, realizou-se uma roda de conversa para investigar os conhecimentos prévios dos estudantes sobre a origem e transformações da água. Em seguida, foi exibido um vídeo educativo com linguagem acessível e ilustrações atrativas, facilitando a compreensão dos fenômenos naturais. Na etapa prática, os alunos participaram de um experimento com um pote transparente, água colorida e gelo, desse experimento os alunos puderam observar, concretamente, os processos de evaporação, condensação e precipitação. Como recursos inclusivos foram utilizados cartões visuais representando cada fase do ciclo da água, os quais auxiliaram a criança com TEA na assimilação do conteúdo. Posteriormente, os alunos registraram suas percepções através de desenhos e pinturas, respeitando as diferentes formas de expressão. A criança com TEA teve a oportunidade de utilizar adesivos e colagens para representar suas observações, o que favoreceu uma abordagem mais acessível e personalizada. Para consolidar a aprendizagem, foi promovido um jogo da memória com imagens relacionadas ao ciclo da água, estimulando a fixação dos conceitos de forma lúdica e interativa. A participação da criança com TEA foi flexibilizada, permitindo sua interação no ritmo próprio, de forma individual ou com o auxílio de um colega. As atividades desenvolvidas demonstraram que a combinação entre o ensino experimental e as estratégias inclusivas favoreceu a construção significativa do conhecimento. O uso de metodologias ativas, como a experimentação, proporcionou maior engajamento dos estudantes, contribuindo para o desenvolvimento da autonomia e da capacidade de pensar cientificamente. Ainda segundo Bruner (1976), o contato com experiências concretas, mediado por atividades investigativas, promove o desenvolvimento cognitivo por meio da descoberta. Nesse contexto, a experiência prática possibilitou o desenvolvimento de competências científicas, conforme os princípios da pedagogia da descoberta (PIAGET, 1978). A avaliação ocorreu de forma qualitativa, com base na observação da participação dos estudantes, na análise dos registros visuais e na interação durante as atividades A prática foi guiada, também, por fundamentos da metodologia dos Três Momentos Pedagógicos, conforme proposta por Delizoicov; Angotti (2002), que valoriza o movimento dialético entre realidade, conhecimento sistematizado e síntese do saber. Conclui-se que a ação extensionista foi enriquecedora, promovendo não apenas a aprendizagem sobre o ciclo da água, mas também a valorização da diversidade em sala de aula, reafirmando a relevância de práticas pedagógicas acessíveis, inclusivas e significativas.