DESAFIOS NA IMPLEMENTAÇÃO DA EDUCAÇÃO EM SAÚDE NOS ITINERÁRIOS FORMATIVOS
Palavras-chave:
BNCC, DCT-TO, Educação em saúde, Itinerários FormativosResumo
Como parte de uma pesquisa de mestrado, este estudo teve como objetivo compreender o processo de implementação da educação em saúde nos Itinerários Formativos presentes no Documento Curricular do Território do Tocantins (DCT-TO). A fundamentação teórica baseia-se na crítica ao modelo reducionista da saúde, frequentemente observado nas diretrizes da BNCC, que tende a enfatizar uma abordagem comportamentalista. Autores como Miguel Arroyo são citados para reforçar a necessidade de uma perspectiva integral e interdisciplinar, que leve em conta as realidades locais e as experiências vividas pelos estudantes. Com abordagem qualitativa, foram realizadas entrevistas semiestruturadas com coordenadores pedagógicos e coordenadores pedagógicos de área de escolas do interior do estado do Tocantins. Essa metodologia permitiu compreender as experiências dos educadores em relação à implementação dos Itinerários Formativos. A análise dos dados foi feita com base na técnica de análise de conteúdo proposta por Bardin, que possibilitou a organização das informações em categorias temáticas: imposição curricular, relevância educativa, precarização docente e educação em saúde. Os resultados revelam que a implementação da educação em saúde enfrenta diversos desafios, muitos educadores expressam insatisfação com a falta de clareza nos conteúdos curriculares, destacando que a formação continuada é insuficiente para prepará-los adequadamente para abordar temas de saúde e também os demais temas dos itinerários formativos. Além disso, a percepção de que os itinerários formativos são impostos, sem a participação efetiva dos educadores na elaboração do currículo, compromete a autonomia docente e a relevância do ensino. A análise indica que, apesar das propostas para integrar a educação em saúde, a prática é insatisfatória. Os conteúdos são considerados superficiais e desconectados da realidade dos estudantes. Para a efetiva implementação da educação em saúde nos Itinerários Formativos, é necessário revisar o currículo, considerando as necessidades locais. Além disso, é importante fortalecer a formação docente, com foco na formação continuada e na abordagem interdisciplinar. Essas mudanças são essenciais para garantir uma educação de qualidade que prepare os estudantes para serem cidadãos informados e responsáveis em relação à saúde e ao bem-estar coletivo.