O LIVRO DIDÁTICO DE GEOGRAFIA E AS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DA ÁFRICA E DOS NEGROS AFRICANOS NO 7° E 8° ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL II

Autores

Palavras-chave:

Ensino de Geografia da África, Imagens de Controle, Lei 10639/2003, Racismo

Resumo

Este trabalho apresenta parte dos resultados de uma pesquisa de Mestrado que investiga as Representações Sociais dos negros africanos e da África em livros didáticos de Geografia do Ensino Fundamental II, aprovados no Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD) de 2014 e 2020. A Lei 10.639/2003, considerada um marco no combate ao racismo no âmbito educacional, visa valorizar a história e cultura afro-brasileira e africana, promovendo a educação das relações étnico-raciais. Os livros didáticos, compreendidos como portadores de valores ideológicos, ainda figuram entre os materiais pedagógicos mais utilizados, especialmente em escolas públicas. Contudo, muitos desses materiais perpetuam representações negativas e estereótipos que generalizam e inferiorizam o negro africano, além de imagens distorcidas da África. A metodologia da pesquisa baseia-se na análise de livros didáticos do sétimo e oitavo ano do Ensino Fundamental II, que abordam a formação do espaço brasileiro e o continente africano, respectivamente. A Teoria das Representações Sociais, de Serge Moscovici (2003), e as Imagens de Controle, de Patrícia Hill Collins (2019), fundamentam o referencial teórico. Os resultados da pesquisa revelam discrepâncias na representatividade da população negra em relação à branca, reiterando um discurso colonial e eurocêntrico. As imagens analisadas frequentemente retratam negros africanos em posições de subalternidade e menor prestígio, enquanto o continente africano é apresentado como primitivo, selvagem e pobre. Essa análise crítica dos livros didáticos busca evidenciar a necessidade de materiais pedagógicos que promovam a valorização da diversidade cultural e histórica africana, combatendo estereótipos e representações negativas que contribuem para a perpetuação do racismo e da desigualdade.

Biografia do Autor

Ana Flávia Borges de Oliveira, Universidade Federal de Uberlândia

Doutoranda em Geografia pelo PPGEO/IGESC/UFU. Mestre em Geografia (PPGEO) pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Graduada em Geografia (IGESC) - Licenciatura (2015) e Bacharelado (2019) pela mesma Universidade (UFU). Segunda Licenciatura em Pedagogia e Especialização em Ensino Religioso pela União Brasileira de Faculdades - UniBF. Participou como Bolsista Estagiária de Iniciação Científica pela PROGRAD/DIREN-UFU do Projeto Educação das Relações Étnico-Raciais: possibilidades de adequação do Projeto Pedagógico do Curso de Licenciatura em Geografia perante as Leis Federais 10639/03 e 11645/08. Integrante do Grupo de Pesquisa em Ensino de Geografia na Perspectiva do Ser Humano Integral-GPEGPSHI, com base no Laboratório de Geografia e Educação Popular - LAGEPOP/IGESC/UFU e membra do Grupo de Estudos de Geografia e Educação das Relações Étnico-Raciais. Atua como pesquisadora nos seguintes temas: Geografia e Educação das Relações Étnico-Raciais, Geografia da África, Livros Didáticos, Representações Sociais, Feminismo Negro, Imagens de Controle, Raça, Gênero e Classe, Literatura Negra e Cultura Africana e Afro-Brasileira na Educação e no Ensino de Geografia. Atualmente é Licencianda em Letras-Inglês pela UniCV - Centro Universitário Cidade Verde ( Polo Uberlândia EAD).

Adriany de Ávila Melo Sampaio, Universidade Federal de Uberlândia

Licenciada em Geografia pela Universidade Federal de Uberlândia - UFU, em 1997. Mestre em Geografia também pela UFU, em 2001, e Doutora pela Universidade Federal do Rio de Janeiro-UFRJ, em 2006. Professora Titular em 2024. Desde 2003 é professora da Universidade Federal de Uberlândia-UFU, no Instituto de Geografia, Geociências e Saúde Coletiva- IGESC, e desde 2006 participa do Programa de Pós Graduação em Geografia. Atualmente está como Coordenadora do Grupo de Pesquisa em Ensino de Geografia na Perspectiva do Ser Humano Integral-GPEGPSHI, e Grupo de Pesquisa Espaços de Educação e Espiritualidade - GPEEE, com base no Laboratório de Geografia e Educação Popular - LAGEPOP. Atua como pesquisadora nas áreas de Formação Docente; Práticas e Saberes Docentes; Materiais Didáticos, Educação do Campo, Educação Geográfica e sua relação com os Povos e Comunidades Tradicionais do Brasil; Educação Quilombola; Educação Indígena; Geografia e Educação Popular; Geografia e Educação Formal e Não-formal; Ensino e a Aprendizagem dos conteúdos de Geografia, Cartografia Escolar; Ensino de Geografia e Questão de Gênero; Espiritualidade na Educação, Educação Inclusiva, Educação Especial, Geografia e Antirracismo.

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Publicado

2025-05-17