A APRENDIZAGEM AUTÊNTICA POR PROJETOS NO ENSINO FUNDAMENTAL I
O PAPEL DO PROFESSOR TECENDO O CURRÍCULO DA ESCOLA A PARTIR DO INTERESSE DOS ALUNOS
Palavras-chave:
aprendizagem baseada em projeto, Currículo, professor mediador, educação engajada, agênciaResumo
A Aprendizagem Baseada em Projetos (PBL) tem se consolidado como uma metodologia ativa eficaz no desenvolvimento de habilidades essenciais para o mundo contemporâneo. Escolas ao redor do mundo vêm explorando sua aplicação em diferentes contextos (BOSS; LARMER, 2018). Essa abordagem dialoga com Dewey (1938), que defendia que a aprendizagem é mais significativa quando os alunos participam ativamente de experiências concretas e contextualizadas. Entre as metodologias que trabalham com projetos, a abordagem de Reggio Emilia (Malaguzzi, 2016) se destaca na Educação Infantil. No entanto, sua aplicação ao Ensino Fundamental apresenta desafios, como a necessidade de atender às exigências curriculares da BNCC (MEC, 2018) e a organização da grade horária por disciplinas. Katz (1994) aponta que, ao permitir que as crianças investiguem temas de seu interesse, o aprendizado se torna mais profundo e significativo, uma ideia que se alinha ao desafio de equilibrar currículo e o desenvolvimento de agência (STETSENKO, 2023) da criança no Ensino Fundamental. Assim, surge a questão: como equilibrar o desenvolvimento de agência infantil e a aprendizagem autêntica (Mergendoller, 2018) sem comprometer as exigências curriculares do Fundamental I? Buscando responder a essa questão, este estudo qualitativo, realizado em uma escola particular de São Paulo entre 2024 e 2025, investiga projetos desenvolvidos com turmas do 1º ano do Ensino Fundamental I. O foco está no papel do professor como peça-chave na mediação (Vygotsky, 2001) da aprendizagem, garantindo um equilíbrio entre inovação pedagógica e expectativas curriculares. Embora a estruturação dos projetos siga princípios do PBL, as concepções de infância e docência trazidas pela abordagem Reggio Emilia também influenciam nossa prática. Como afirma Rinaldi (2016), o professor deve ajudar os alunos a descobrir as respostas, mas além disso, ajudá-los a fazer perguntas que sejam relevantes. Essa visão dialoga com Freire (1996), que destaca a importância do diálogo na construção do conhecimento. Assim, evidenciamos a formulação de perguntas como elemento essencial para tornar os projetos mais significativos e autênticos para os alunos. No Ensino Fundamental, a implementação de projetos redefine o papel do professor, que passa a estruturar suas aulas não apenas com base nas expectativas curriculares, mas também integrando os interesses dos alunos. Boss e Larmer (2018) ressaltam que alinhar projetos às expectativas de aprendizagem é um dos passos fundamentais para o design de projetos nessa abordagem. Os resultados desta pesquisa indicam que o PBL é uma ferramenta eficaz para conciliar o currículo formal com o desenvolvimento da agência infantil, permitindo que os alunos aprendam de forma mais engajada. O professor, nesse contexto, assume o papel de mediador, guiando os estudantes na construção de um aprendizado mais significativo. Além disso, a escuta ativa e a formulação de perguntas se mostram instrumentos essenciais para garantir a relevância dos projetos dentro das expectativas institucionais. Dessa forma, este estudo contribui para pensarmos em formas de implementar o PBL no Ensino Fundamental, demonstrando que é possível alinhar inovação pedagógica e exigências acadêmicas, promovendo um ensino mais dinâmico e conectado à realidade dos alunos.Downloads
Publicado
2025-05-17
Edição
Seção
RESUMOS